Da Redação, com assessoria
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde e em parceria com diversas instituições, deu início às atividades relacionadas à sensibilização sobre a resistência antimicrobiana, uma das maiores preocupações em saúde pública na atualidade. O tema foi discutido nessa segunda feira (13), em Curitiba, no ‘I Simpósio Estadual de Resistência Antimicrobiana: Desafios e Perspectivas’.
“Queremos chamar atenção de quem ainda não entendeu a relevância do tema. Esta é uma grande estratégia articulada com diversas áreas para que possamos entender o perfil de resistência que estamos enfrentando e iniciar uma mudança nesse cenário no Paraná”, ressalta a superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini.
O objetivo principal é orientar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso de antibióticos. Para isso, no evento, também foi lançado o material da campanha ‘Antibióticos: saiba como utilizá-los de maneira segura’. Com uma linguagem simples a campanha orienta sobre o uso correto desses medicamentos, abordando a prescrição, o tempo do tratamento, a dosagem e o compartilhamento, entre outros.
PLANO
O Simpósio faz parte do Plano Estadual de Controle de Infecção e da Resistência Antimicrobiana, publicado pela Secretaria da Saúde em maio de 2017. Outra ação do plano é a obtenção de dados das infecções relacionadas à assistência à saúde em tempo real por meio do Sistema Online de Notificação de Infecções Hospitalares, o Sonih.
“Temos a perspectiva de conhecer o perfil de resistência microbiana no Estado e o consumo de antibióticos que temos atualmente. Assim vamos ter um diagnóstico bem próximo da realidade para estabelecer ações e atuar pontualmente, levando o conhecimento e a prática por todo o Paraná”, explica a infectologista e presidente da Associação Paranaense de Controle da Infecção Hospitalar, Viviane Dias.
O Governo do Estado também monitora surtos com micro-organismos multirresistentes e adotou a estratégia de higiene das mãos. “Foram capacitados profissionais de cerca de 100 hospitais sobre a importância da higienização das mãos com foco na segurança dos pacientes para evitar as infecções hospitalares”, explica a chefe da divisão de Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde, Ana Manzochi.
AMBIENTE
As ações de logística reversa são trabalhadas para que o descarte inadequado de resíduos de antibióticos não contaminem o meio ambiente. “A resistência antimicrobiana não está só dentro dos hospitais. Também precisamos fazer o monitoramento do que está no meio ambiente e evitar a contaminação de solo e água, por exemplo”, reforça a superintendente.
Na mesma linha está o Programa Estadual de Drogas Veterinárias em Alimentos, onde são coletadas carcaças de frango para pesquisa de genes de resistência. “Entra aí o conceito mundial de Saúde Única que promove a cooperação multissetorial entre instituições relacionadas tanto à saúde humana, saúde animal e meio ambiente”, completa Júlia.