22/08/2023


Brasil Política

PEC quer lista tríplice e mandato de dois anos para diretor-geral da PF

O líder do Podemos, deputado Léo Moraes, disse o modelo político de indicação do diretor, de livre escolha do presidente, "remete aos tempos do Império"

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PEC do Podemos quer lista tríplice e mandato de dois anos para diretor-geral da PF (Foto: Luis Macedo/Câmara Federal)

O ‘Podemos’ quer que a escolha do diretor-geral da Polícia Federal e do procurador-geral da República sejam, obrigatoriamente, definidos a partir de uma lista tríplice. Ela deverá ser elaborada pelas próprias instituições. Assim,  o presidente da República não poderia indicar nomes fora da lista. Atualmente, o Executivo tem liberdade política para fazer essas indicações.

De acordo com o líder do partido na Câmara, deputado Léo Moraes (RO), o modelo político de indicação, de livre escolha do presidente, “remete aos tempos do Império”.

É preciso garantir mais autonomia e democracia para a Polícia Federal e MPF, e blindá-los, ao máximo, de intervenções políticas.

Assim, outra novidade trazida pela proposta de emenda à Constituição (PEC) do Podemos é o mandato de dois anos para diretor-geral da P. Porém, permite uma vez a recondução. Nesse caso, só poderão ser indicados para compor a lista tríplice delegados integrantes da última classe funcional. Precisam ter mais de 35 anos de idade e conduta profissional e reputação ilibadas.

Conforme justifica a proposta, o que se pretende é evoluir de um sistema de escolha em que o Chefe do Executivo age solitariamente, para um outro, mais democrático. “Ou seja, busca-se garantir às próprias instituições a possibilidade de indicar, pela via democrática e a partir de critérios técnicos”.

DEMISSÃO DE SERGIO MORO

Na última sexta (24), Sérgio Moro pediu demissão do governo Bolsonaro e acusou o presidente de interferir nas indicações da Polícia Federal. No ano passado, Augusto Aras foi indicado para o cargo de Procurador-geral da República, mesmo estando fora da lista tríplice elaborada pelo MPF.

Porém, naquela oportunidade, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) criticou a decisão de Bolsonaro.

Em nota, a entidade afirmou que “recebeu com absoluta contrariedade a indicação do subprocurador-geral da República Antonio Augusto Brandão de Aras para o cargo de procurador-geral da República (PGR)”Conforme a ANPR, a ação interrompeu um costume constitucional de quase duas décadas, de respeito à lista tríplice, seguido pelos outros 29 Ministérios Públicos do país”.

De acordo com a ANPR, a escolha de Aras foi “um retrocesso institucional e democrático”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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