(i)
A indignação do cidadão comum é fundada na terrificante sensação de impotência e desamparo; uma panela de pressão prestes a explodir. Bum!
(ii)
Em Roma, dizia Cícero, alguns sujavam as mãos pelo bem da República; no Brasil, digo eu, suja-se as mãos para se dar bem com a coisa pública.
(iii)
É inevitável, dizia Rui Barbosa e Tocqueville, que haja um "Q" de corrupção numa democracia; porém, no Brasil nós temos o abecedário completo.
(iv)
Bandido acusando bandido de ser bandido continua sendo o que é: um bandido covarde e safado que tem muito a temer por ser visto como ele é.
(v)
Politicamente correto é uma farsa cínica pra atacar e destruir a reputação de todo aquele que não seja favorável a sanha rubra totalitária.
(vi)
Não avalie questões políticas com base numa visão ideológica. Aprecie-as a partir das conexões existentes entre os agentes e seus projetos.
(vii)
A sociedade e a vida individual são dinâmicas e cheias de possibilidades. Por isso, reduzi-las num esquema ideológico é mutilá-las vilmente.
(viii)
O grande problema não é o culto duma personalidade política em si. O enrosco está naquilo que ela simboliza, nos valores que representa.
(ix)
O problema não é o conflito entre projetos de poder; é a existência de apenas um que capitaliza tudo em seu favor independente do que ocorra.
(x)
É muito frequente vermos pessoas preocupadíssimas com a sua autoimagem imaginando que isso seja a mesma coisa que autoconhecimento.