Enquanto que as crianças se empolgam com as cores, formatos e ilustrações na hora de comprar uma mochila, os pais devem observar outros detalhes, cujas conseqüências podem se prolongar durante a fase adulta. O peso excessivo das mochilas é o grande mal das crianças e adolescentes que sobrecarregam suas mochilas com livros, cadernos e materiais escolares dos mais variados tipos.
Segundo o Dr. Eiffel Dobashi, ortopedista pediátrico da UNIFESP e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, as crianças entram na atividade escolar mais cedo e tendem a ficar na escola em período integral, o que as obriga a levar uma quantidade maior de apetrechos, como roupas e material esportivo, por exemplo.
Uma opção é a mochila de rodinhas, que aparentemente pode não causar tantos danos como a mochila comum, porém é tão perigosa quanto. Isso porque, enquanto ela impede a dor nas costas, pode desencadear transtornos no membro superior do corpo por conta das alças. Além disso, escolas que possuem escadas para acesso às salas de aula ao invés de rampas com inclinações adequadas, não favorecem o uso das rodinhas.
Se não observadas desde cedo e levadas a sério, as dores iniciais causadas pelo excesso de peso podem se tornar crônicas. “A dor gerada pelo esforço físico pode, com o passar do tempo, apresentar no indivíduo disfunções posturais que o acompanharão no decorrer da vida”, salienta o ortopedista.
Em São Paulo, uma lei municipal limita o peso das mochilas escolares a 10% do peso da criança. No entanto, na visão do Dr. Dobashi, a lei gera contradição uma vez que se considerarmos um aluno que esteja acima do seu peso, logicamente, o peso da sua mochila também será excessivo, o que não é recomendado. Dessa forma, a indicação aos pais é que comprem mochilas leves, de material resistente, que possuam duas alças confortáveis e largas e, de preferência, que tenha uma cinta para centralizar no meio do corpo. “O aluno precisa utilizar as duas ombreiras e não só de um lado do ombro, de modo a equilibrar o peso de ambos os lados”, alerta o médico.