Polícia Civil pede prisão preventiva de vereador de Cascavel

O delegado Edgar Santana, da Polícia Civil de Cascavel, no oeste do Paraná, protocolou na tarde desta terça feira (18) no Ministério Público (MP) o pedido de prisão preventiva do vereador Paulo Bebber (PR). A solicitação foi feita após um mês de investigações da denúncia de que o vereador negociou propina para aprovar um projeto na Câmara Municipal.

A proposta, apresentada na Câmara no dia 7 de fevereiro, propõe o aumento da área considerada de perímetro urbano. A mudança permitiria a construção de R$ 140 milhões em casas populares em uma região onde atualmente as obras não são liberadas. Segundo a denúncia, a propina seria paga por corretores de imóveis e construtores interessados na aprovação do projeto para poderem investir em um novo residencial no bairro Floresta.

A proposta chegou a entrar na pauta da sessão de segunda feira (17), em regime de urgência, mas a votação foi adiada depois da intervenção do Ministério Público, que apontou falhas. O promotor Sérgio Machado abriu um inquérito para investigar o vereador Paulo Bebber e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Luciano Fabian, por eventual enriquecimento ilícito e improbidade administrativa.

A RPCTV Cascavel teve acesso à gravação de uma conversa entre Bebber e um corretor de imóveis. No diálogo, o vereador diz que R$ 500 mil garantiriam a aprovação do projeto. “Foi pedido 500 ‘pau’ para acertar com todo mundo. Então, se não acertar esses valores no cash [dinheiro vivo], o projeto não vai ser aprovado”, disse Paulo Bebber na gravação.

O vereador confirmou que é dele a voz na gravação, mas alega que o dinheiro citado na conversa é relativo a negócios particulares e que o ‘projeto’ é a negociação com parceiros imobiliários. “Eu tenho umas áreas à venda que, se sair negócio, a gente pede para incluir no perímetro urbano. Agora, isso é tudo comissão de compra e venda”, diz.

Até as 17h30 desta terça-feira, o MP não havia dado um parecer sobre o pedido de prisão do vereador. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Cascavel, Luciano Fabian, disse apenas que estava definindo com advogados que ações tomaria em relação à denúncia em que está envolvido.