22/08/2023
Paraná Saúde Segurança

Polícia Civil prende médicos suspeitos de reaproveitar materiais cirúrgicos

De acordo com a Polícia Civil, foram cumpridos 20 mandados judiciais. Oito são de prisão temporária e 12 de busca e apreensão

autoclave

Polícia Civil prende médicos suspeitos de reaproveitar materiais cirúrgicos (Foto: SESP)

A Polícia Civil do Paraná prendeu seis médicos urologistas, uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais na manhã desta quarta (11) durante a segunda fase da Operação “Autoclave”. O grupo é suspeito de utilizar materiais cirúrgicos irregulares. Assim, cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias.

De acordo com o delegado Alexandre Macorin, durante as buscas em endereços relacionados aos suspeitos, a Polícia Civil apreendeu diversos materiais cirúrgicos descartáveis reaproveitados. Ao todo, foram cumpridos 20 mandados judiciais, sendo oito de prisão temporária e 12 de busca e apreensão.

Ainda conforme a PC, a operação ocorreu de forma simultânea, no interior do Paraná e no estado de Goiás. As cidades-alvo da ação no Paraná foram Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão. Já em Goiás, o cumprimento das ordens judiciais ocorrem em Goiânia e Rio Verde.

(Foto: SESP)

DESDOBRAMENTO

O delegado Macorin ressaltou que a ação é um desdobramento da Operação “Autoclave”, deflagrada no mês de setembro deste ano, no interior do Paraná. Na ocasião, a polícia desmantelou um grupo criminoso envolvido com a adulteração, por meio de esterilização ilícita, de materiais descartáveis já utilizados por médicos em cirurgias urológicas. “A operação resultou na apreensão de um vasto material reprocessado”, complementa.

Em continuidade às investigações, a Polícia Civil constatou que esses equipamentos cirúrgicos eram vendidos a médicos urologistas do Paraná e de Goiás, com claro conhecimento de sua procedência irregular. Assim, os materiais reaproveitados eram utilizados em cirurgias de pacientes particulares, resultando num lucro muito maior aos cirurgiões.

De acordo com Macorin, os materiais que possuem um custo de R$ 1,2 mil eram comprados pelos médicos por R$ 250 a R$ 300 e reutilizados muitas vezes. Ressalta-se que todos os equipamentos eram completamente descartáveis. Além disso, nenhum órgão responsável pela área autoriza esterilização e reuso dos mesmos.

(Foto: SESP)

“Os materiais chegavam até os médicos por meio de funcionários de empresas que vendem esse tipo de equipamento para médicos e hospitais”. Os alvos da ação serão indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

Por fim, as oito pessoas presas na ação encontram-se à disposição da Justiça.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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