22/08/2023


Segurança

Polícia revela identidade do suspeito do crime do Morro do Boi e conta detalhes

Curitiba – A Polícia Civil confirmou que Juarez Ferreira Pinto, 32 anos, é o principal suspeito de ter assassinado um rapaz e ferido sua namorada no Morro do Boi, em Caiobá, no Litoral do Paraná. Ele está preso desde terça-feira (17). A jovem que sobreviveu ao ataque já havia reconhecido o homem através de fotos e gravações de vídeo feitas pela Polícia Civil. Na noite de quinta-feira (19), Juarez foi levado até o hospital onde a vítima está internada e, definitivamente, ela o reconheceu e o acusou como responsável pelo crime.
“Este era mais um caso que desafiava a polícia do Paraná, mas o fato de esta jovem ter sobrevivido, ser vítima e testemunha ocular do crime foi decisivo para elucidarmos o caso. Desde que tudo aconteceu, a polícia não descansou um minuto sequer para identificar e prender este criminoso que agora será colocado à disposição da Justiça”, afirmou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
Segundo o delegado que comanda as investigações, Luiz Alberto Cartaxo Moura, o reconhecimento foi feito de acordo com as regras específicas para este tipo de procedimento. “Ele esteve diante dela em situações diferentes, com pessoas diferentes em ordens alternadas e em todas as ocasiões foi apontado como o autor, sem sombra de dúvida”, contou.
Além do reconhecimento da jovem, o delegado também obteve a confirmação de uma testemunha, que teria cruzado com o assassino, por volta das 21h de 31 de janeiro, na trilha do Morro do Boi. “Esta testemunha viu um homem com as características de Juarez, descendo a trilha exatamente no horário em que o assassino teria deixado o local do crime”, afirmou Cartaxo. Além dele, segundo o delegado, outra pessoa confirmou ter visto Juarez na praia mansa, no domingo (dia seguinte ao crime) acompanhando o resgate da vítima, feito pelo Corpo de Bombeiros.
O delegado ainda afirma que todos os álibis apresentados pelo acusado foram derrubados durante as investigações. O principal, onde Juarez afirmava que estava trabalhando no horário do crime, teria sido desmentido por colegas de trabalho de Juarez que afirmaram que ele não foi visto naquele 31 de janeiro.

PRISÃO – Juarez foi preso por policiais civis por volta das 8h30 da manhã da última terça-feira (17) enquanto dormia em um sobrado, no balneário Santa Terezinha, em Pontal do Paraná. Segundo o delegado-chefe da Divisão do Interior, Luiz Alberto Cartaxo, a polícia chegou até o suspeito por meio de informações sigilosas. “Assim que recebemos os dados, recorremos a fotos antigas de Juarez e mostramos à vítima, que reconheceu parcialmente o suspeito, pois, segundo ela, apresentava algumas diferenças em sua aparência”, explica o delegado.
Com o reconhecimento da jovem, a polícia intensificou as investigações em torno de Juarez e descobriu que ele reside em Curitiba, no bairro Uberaba, mas estava morando temporariamente no balneário de Santa Terezinha e trabalhando em um estabelecimento comercial que vende produtos na praia. No final da semana anterior à prisão, a polícia chegou a ouvi-lo na delegacia de Matinhos. Nessa ocasião, Juarez ainda foi fotografado e filmado para ser mostrado à vítima. “Ele negou qualquer participação e disse que sequer conhecia o local em que o crime foi cometido”, disse Cartaxo.

IMAGENS – Depois ouvir o suspeito, o delegado e sua equipe foram até Curitiba mostrar as imagens recentes de Juarez para a vítima, que o reconheceu instantaneamente. O reconhecimento foi feito através da gravação em vídeo do depoimento. De acordo com Cartaxo, a jovem “reconheceu não só a fisionomia de Juarez, como também sua voz”.
Logo depois de ser preso, Juarez foi encaminhado para a delegacia de Matinhos e depois foi transferido para o Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), em Curitiba. Um dia após de chegar na capital, Juarez ainda foi submetido a um terceiro reconhecimento da vítima, pessoalmente.
Juarez já ficou preso entre os anos de 2005 e 2007 por tráfico de drogas. Ele está detido no Cope e irá responder por latrocínio consumado, latrocínio tentado e atentado violento ao pudor.
“É importante esclarecer que Juarez nunca foi policial civil ou funcionário ligado à Secretaria da Segurança Pública, como alguns veículos e comunicação divulgaram nos últimos dias. O acusado é apenas irmão de um policial civil, o que não influenciou e nem influenciará em momento nenhum, a investigação da polícia”, garantiu Cartaxo.

DNA – Deu negativo o resultado do exame de DNA feito pelo Instituto de Criminalística comparando o sangue do preso com as manchas encontradas em uma camiseta. Segundo o delegado, o resultado já era esperado, porque a vítima não havia reconhecido a camiseta como sendo a usada pelo bandido no momento do crime. “Nós encontramos a camiseta em um local muito distante da cena do crime. Num primeiro momento, a jovem ainda muito abalada achou que pudesse ser a camiseta, mas depois, mais calma e recuperada parcialmente do choque, a vítima não reconheceu a camiseta”, explicou o delegado.

SEXO – Para o delegado, as investigações apontam para uma motivação sexual por parte do criminoso. Segundo ele, a jovem não chegou a ser estuprada, mas foi molestada sexualmente.
“Quando voltou ao local do crime, ele teria arrancado a roupa íntima da vítima e teria tocado em seu corpo, molestando a jovem”, disse. Ainda segundo Cartaxo em seu depoimento à polícia a jovem não declarou ter sido estuprada. “Ela alegou que ele a teria molestado, tocando em partes íntimas mas ela não chegou a ser estuprada. Por isso ele deve responder por atentado violento ao pudor que é a mesma pena prevista para o que o crime de estupro”, contou.
Além disso, Cartaxo esclareceu que o preso deve também responder por latrocínio tentado e consumado já que teria roubado dinheiro das vítimas.

(AEN)

Cristina Esteche

Jornalista

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