Professores da Escola Municipal São José e moradores do entorno não suportam mais as películas de milho provocadas por uma empresa localizada nas proximidades. A nuvem de película soltas em tempo de safra poluem o ar. “A situação está insuportável. Na sexta-feira tivemos que fechar portas e janelas”, reclama. Moradores também dizem que não agüentam mais a situação. “Todo ano é a mesma coisa. Não dá para colocar roupas no varal e nem manter portas e janelas abertas”, emenda uma dona-de-casa que pediu para não ser identificada.
Além da sujeira que atinge também veículos estacionados no pátio da escola ou na frente das casas, a poluição provoca problemas respiratórios. “A nossa escola também possui alunos especiais que já sofrem com problemas pulmonares. Temos professoras com asma, com bronquite e essa poluição agrava esses quadros. Não sabemos mais o que fazer. Já denunciamos à Vigilância Sanitária, ao IAP (Instituto Ambiental do Paraná), à Secretaria Municipal de Meio Ambiente”, disse a coordenadora da Escola, Maristela Albach, à RSN. “Ficamos sabendo que foi dado um prazo de 90 dias para que a empresa resolva a sitaução, mas até lá a safra já acabou e o problema acaba temporariamente. Precisamos de solução imediata”, observa a professora.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que a empresa já foi orientada a sanar os problemas técnicos para impedir que a situação continue. “Recebemos a denúncia da escola, fomos até a empresa e orientamos o que deve ser feito. O IAP já tinha ido lá há cerca de 20 dias e concedido um prazo de 90 dias para que haja uma solução do problema e tudo está sendo providenciado pela diretoria”, disse um funcionário da Secretaria.
O gerente da empresa em Guarapuava, Celio Roberto Leonardi, disse à RSN que o projeto que vai modificar a atual estrutura da unidade local já está nas mãos da equipe de engenharia, de tecnologia em meio ambiente da empresa. “Estamos esperando acabar a safra e isso vai acontecer entre 10 e 12 dias para que os estudos possam ser feitos”, informou Celio.
De acordo com a gerência, o problema de películas de milho, de soja ou de outro grão é comum a todas as empresas do setor. “Outras empresas localizadas às margens da BR produzem películas em quantidade muito superior a nossa. O nosso problema é localização”, observa Celio. A empresa está localizada na área urbana de Guarapuava.
O gerente disse que já conversou com professores da Escola São José e que a diretoria está empenhada em solucionar o problema o mais breve possível. “Será necessário trocar alguns equipamentos, como filtros e outros. A nossa empresa obedece todas as normas de qualidade e do meio ambiente”, assegura.