22/08/2023
Blog da Cris Guarapuava

Ponta Grossa fica sem conexão aérea

Em Ponta Grossa, conforme anúncio feito nessa terça (4), os voos da Azul serão mantidos apenas até 10 de março

Ponta Grossa também fica sem voo da Azul (Foto: Divulgação Azul)

A suspensão dos voos da Azul Linhas Aéreas em Ponta Grossa e Guarapuava reflete um problema mais amplo: a precariedade da aviação regional no Brasil. Em Ponta Grossa, conforme anúncio feito nessa terça (4), os voos serão mantidos apenas até 10 de março. Enquanto Guarapuava perdeu a rota para Campinas, ficando limitada à conexão com Curitiba. A decisão da companhia segue uma tendência de retração da malha aérea em várias regiões do país, comprometendo o acesso dessas cidades a centros econômicos estratégicos.

O deputado Aliel Machado (PV) criticou a medida, ressaltando que a interrupção dos voos impacta diretamente o crescimento econômico e a competitividade de Ponta Grossa. Ele lembra que o município se destaca nos setores industrial, agropecuário e comercial. De acordo com o deputado, a falta de conectividade aérea prejudica a atração de investimentos e limita o potencial da cidade como polo regional dos Campos Gerais. Como solução, defendeu a federalização do Aeroporto Sant’Ana para viabilizar investimentos e a ampliação da pista. Condições essas que permitiriam a operação de aeronaves maiores e atrairiam outras companhias. Em Guarapuava, o debate ficou restrito entre a Associação Comercial, a Prefeitura e representantes da Azul.

FRAGILIDADE DA AVIAÇÃO REGIONAL

A retirada do voo até Campinas por parte da companhia aérea, no caso de Guarapuava, entretanto, não é um caso isolado. Mas um sintoma da fragilidade da aviação regional, que sofre com altos custos operacionais, falta de incentivos e infraestrutura limitada. Entretanto, o corte de rotas compromete o desenvolvimento dessas cidades. Além de restringir a mobilidade de empresários e trabalhadores e de reforçar a concentração econômica nas capitais.

O debate sobre a suspensão dos voos precisa ir além da disputa política, pois se trata de uma estratégia empresarial, conforme observou Aliel. Sem políticas públicas eficazes para fortalecer o setor aéreo regional, cidades como Ponta Grossa e Guarapuava continuarão vulneráveis às decisões unilaterais das companhias, resultando em estagnação econômica e isolamento logístico.

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Cristina Esteche

Jornalista

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