A suspensão dos voos da Azul Linhas Aéreas em Ponta Grossa e Guarapuava reflete um problema mais amplo: a precariedade da aviação regional no Brasil. Em Ponta Grossa, conforme anúncio feito nessa terça (4), os voos serão mantidos apenas até 10 de março. Enquanto Guarapuava perdeu a rota para Campinas, ficando limitada à conexão com Curitiba. A decisão da companhia segue uma tendência de retração da malha aérea em várias regiões do país, comprometendo o acesso dessas cidades a centros econômicos estratégicos.
O deputado Aliel Machado (PV) criticou a medida, ressaltando que a interrupção dos voos impacta diretamente o crescimento econômico e a competitividade de Ponta Grossa. Ele lembra que o município se destaca nos setores industrial, agropecuário e comercial. De acordo com o deputado, a falta de conectividade aérea prejudica a atração de investimentos e limita o potencial da cidade como polo regional dos Campos Gerais. Como solução, defendeu a federalização do Aeroporto Sant’Ana para viabilizar investimentos e a ampliação da pista. Condições essas que permitiriam a operação de aeronaves maiores e atrairiam outras companhias. Em Guarapuava, o debate ficou restrito entre a Associação Comercial, a Prefeitura e representantes da Azul.
FRAGILIDADE DA AVIAÇÃO REGIONAL
A retirada do voo até Campinas por parte da companhia aérea, no caso de Guarapuava, entretanto, não é um caso isolado. Mas um sintoma da fragilidade da aviação regional, que sofre com altos custos operacionais, falta de incentivos e infraestrutura limitada. Entretanto, o corte de rotas compromete o desenvolvimento dessas cidades. Além de restringir a mobilidade de empresários e trabalhadores e de reforçar a concentração econômica nas capitais.
O debate sobre a suspensão dos voos precisa ir além da disputa política, pois se trata de uma estratégia empresarial, conforme observou Aliel. Sem políticas públicas eficazes para fortalecer o setor aéreo regional, cidades como Ponta Grossa e Guarapuava continuarão vulneráveis às decisões unilaterais das companhias, resultando em estagnação econômica e isolamento logístico.
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