Por minhas células

Em forma de prece, me disse palavras.
Vozes de acalento me permitiu ouvir.
Senti teu sopro como um espírito do bem.
Devolveu-me a paz de que tanto precisava.

Sabe ser ave mansa que voa por sobre as matas.
Mata minha sede de paz quando chega sorrindo.
Envolve-me numa aura angelical e pura.
Gorjeio em pensamentos e me deixo pairar…

Veste a túnica da poesia e por isso se desnuda.
Como numa prece, diz-me verdades sem machucar.
Doa-se como num sacrifício milenar e sorri.
Vozes de acalento me permite ouvir e reviver…

Quando me invade aos fins de tarde, renova minhas forças.
Deixo a friagem da serra lá fora e me aqueço de amor.
Sopra em minha face o ar de que preciso para seguir.
Com candura, faz-me sentir que o céu é tocável.

Chegou e ficou em meu ser em forma de prece.
Veio não sei de onde, mas pairou como um espírito do bem.
Deu sentido ao que antes estava quase perdido.
Um som de despertar para a vida ecoou por minhas células.

*Jossan Karsten é jornalista, escritor e poeta. Mora em Guarpuava e é a simplicidade em pessoa. Quando escreve, desafia, provoca, acalma, questiona e responde.