Com uma produção diária de mais de 10 mil itens de proteção contra o coronavírus, 300 presos de 23 unidades prisionais do Paraná, entre penitenciárias e cadeias públicas, já confeccionaram mais de 318 mil máscaras. Essa marca foi obtida nesta semana no Estado.
Em Guarapuava, a produção de máscaras dos detentos da Penitenciária Estadual de Guarapuava – Unidade de Progressão (PEG-UP) está sendo trocada por alimentos não perecíveis. As trocas estão ocorrendo em frente ao antigo Fórum da cidade. A expectativa é de que sejam trocadas duas mil máscaras.
Segundo o diretor da PEG-UP, Américo Pereira, a ação oferece ajuda à população que está tendo dificuldades financeiras neste momento em decorrência da pandemia de Covid-19. “Esta pandemia não afetou somente a saúde, ela tem sido severa também na economia do país e tirou a comida da mesa de muita gente”.
Américo, reiterou ainda que a unidade foi pioneira no projeto de fazer máscaras e jalecos para o pessoal da saúde e os hospitais da cidade. Em Cascavel, uma iniciativa semelhante arrecadou 850 quilos de alimentos e 50 cestas básicas em dois dias. Para estas demandas, o Departamento Penitenciário tem adquirido materiais e equipamentos, mas também contado com a colaboração de empresas e instituições públicas e privadas.
O diretor geral do Departamento Penitenciário (Depen), Francisco Alberto Caricati destacou a responsabilidade social da produção. “Vale ressaltar, também, que produzimos os equipamentos conforme recebemos apoio com o oferecimento de insumos. Assim, os interessados em colaborar podem entrar em contato com o Depen, que teremos o maior prazer em produzir para os órgãos públicos e, desta forma, contribuir com a população”.
PRODUÇÃO ESTADUAL
A assessoria do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR) informou que a produção foi iniciada em 23 de março em algumas Regiões e intensificada a partir do dia 6 de abril. Além de máscaras, foram fabricados ainda quase 10,4 mil jalecos e cerca de 4,5 mil itens para hospitais, como lençóis, pijamas e escudos faciais.
O secretário da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares afirmou que os materiais estão sendo produzidos há pouco mais de um mês. “Sabemos que a demanda destes produtos de segurança individual seria grande e o mercado poderia não absorver. Com os presos confeccionando máscaras, por exemplo, estamos conseguindo atender as demandas internas e ainda compartilhar com as prefeituras e casas de saúde”.
Dos 333 mil itens confeccionados dentro do sistema prisional do Paraná, pelo menos 53,7% (ou 179 mil) foram repassados para outras corporações da Secretaria da Segurança Pública (Polícias Militar, Civil e Científica). Além disso, a hospitais públicos, guardas municipais, prefeituras, centros de socioeducação e instituições religiosas.
DETENTOS
A produção dentro das unidades ainda beneficia os próprios presos, que recebem um pecúlio e remição de um dia pena a cada três trabalhados. “Toda essa produção de equipamentos de proteção individual mostra que ainda podemos acreditar na recuperação do preso, porque pessoas que antes cometeram uma violação contra a sociedade, são as que estão ajudando a superar esta crise”.
Além disso, o trabalho traz economia aos cofres públicos. Um levantamento interno do Depen mostra que, se o material fosse comprado com recursos próprios, a instituição gastaria em torno de R$ 1 por máscara de tecido cirúrgico SMMMS.
O chefe do Setor de Produção e Desenvolvimento (Seprod) do Depen, Boanerges Silvestre Boeno Filho calculou que com a compra de materiais e mão de obra dos presos, estão sendo gastos apenas R$ 0,35 por unidade produzida.
“Nestes 35 centavos, também estão inclusos os custos de aviamentos (como linha, elástico e arame plastificado)”.
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