22/08/2023
Política

Quadro de apoios começa a se delinear com definição de candidatos ao governo

Guarapuava – O cenário das eleições deste ano vai ganhar contornos mais definidos a partir de agora. As renúncias do ex-governador Roberto Requião (PMDB), com a conseqüente posse do vice Orlando Pessutti, pré-candidato peemedebista ao governo, e do então prefeito de Curitiba, Beto Richa, foram os primeiros passos concretos para formar o quadro de disputas, que terá ainda a presença de Osmar Dias (PDT).
Em Guarapuava, as forças estão concentradas na Prefeitura Municipal – cujo prefeito Fernando Ribas Carli (PP) ainda não definiu se apóia Beto ou Osmar–, no deputado federal Cezar Silvestri (PPS) – que, além de ter assumido a candidatura de Beto, está sendo cotado para ser o vice do ex-prefeito curitibano – e no deputado estadual Artagão Junior (PMDB) – que é peemedebista de carteirinha. Partidos menores, como PT, do vereador Antenor Gomes de Lima, e o PV, do empresário Celso Goes, devem lançar candidatos locais a deputado. O PV aventa a hipótese de bancar a candidatura do guarapuavano Vitor Hugo Burko a governador.
O termômetro da campanha sucessória, pelo menos em sua fase inicial, pode ser medido com a vinda a Guarapuava do presidente da Juventude do PSDB, Marcello Richa, no sábado (27). Marcello atendeu a um convite do presidente do PPS municipal, Cesar Silvestri Filho e do vereador Nélio Gomes da Costa (PSDB).
Além de destacar a proximidade entre o ex-prefeito Beto Richa e o deputado federal Cezar Silvestri, Marcello manifestou apoio oficial ao pré-candidato Cesar Filho.
Sabendo-se que Silvestri declarou-se por Beto desde o começo, o depoimento de Marcello Richa até não teria maior peso, não fosse o fato de o PSDB ter um pré-candidato a deputado estadual em Guarapuava – nada menos que o filho do prefeito Fernando Ribas Carli (PP), o estudante Bernardo Carli.

ÁGUA LIMPA
A iniciativa de Marcello Richa também não pode ser vista, segundo os observadores, como uma divisão na preferência do pré-candidato Beto Richa em Guarapuava. Se conseguir, Beto vai querer reunir Silvestri e Carli num só palanque, pois necessita do maior apoio possível.
A presença de Marcello, contudo, revela a capacidade de organização de Cesar Filho em relação a seus oponentes, dentro da premissa que de uma eleição é a junção do maior número de apoiadores, ainda mais de um representante direto de Richa, que lidera as pesquisas.
Além disso, a simpatia de Carli com os “irmãos Dias” é conhecida de muito tempo. O prefeito apoiou Osmar na campanha estadual passada e fala constantemente com o senador Álvaro Dias, que perdeu a indicação da candidatura de governador para Beto Richa no PSDB. Na campanha para prefeito, disputada contra Cesar Filho, Carli teve o apoio explícito de Álvaro e Osmar.
A questão é que Fernando Carli filiou o filho caçula no PSDB, ficando numa situação que pode parecer confortável, por estender tentáculos em diferentes partidos políticos, mas talvez seja isso mesmo – a indefinição ou a “gula” – que esteja provocando situações como a verificadas naquele sábado, onde Marcello Richa preferiu ficar onde se sente verdadeiramente em casa.
Um assessor do prefeito comentou, em visita à redação da “Tribuna”, que Carli está esperando que o seu partido, PP, se defina entre Osmar e Beto para que ele possa, então, fazer a sua escolha. Se o PP coligar-se com o PSDB, Carli se sentirá mais aliviado para ficar com Beto, porque o filho Bernardo já está ocupando espaço. Se ficar com Osmar, a situação se complica e o prefeito pode ter nisso um argumento para tirar o filho da campanha. Nesse caso, entraria o vice-prefeito Jorge Massaro, que, na prática, tem maior cotação na cúpula do PSDB estadual comparativamente a Bernardo Carli.
No PPS de Cezar Silvestri também há indefinição. O presidente, Rubens Bueno, coloca-se como pré-candidato, mas há uma representativa corrente, como a de Cascavel e a de Cezar Silvestri, que defendem a viabilidade de aliar-se ao bloco de Beto Richa.
Até o momento, pelo que está colocado no jogo, os que têm posição melhor definida têm levado a melhor.

Cristina Esteche

Jornalista

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