22/08/2023


Agronegócio

Queda no preço do boi em pé pago ao produtor não chega ao consumidor

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Curitiba – O produtor paranaense vem recebendo menos pela venda do boi em pé, redução também sentida parcialmente no atacado. Porém, essa redução não está sendo repassada integralmente ao varejo salvo algumas ofertas de carnes nobres que não atingem a massa dos consumidores. A avaliação é do diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Carlos Simioni, ao analisar os levantamentos feitos sobre os preços da carne bovina pago ao produtor quando confrontados com os preços que estão sendo praticados no atacado e no varejo.
Conforme pesquisa do Deral, desde outubro de 2008 até meados de fevereiro de 2009 a arroba do boi paga ao produtor caiu 10,53%, passando de uma média de R$ 85,10 para R$ 76,14. No mesmo período, os preços do dianteiro (carnes menos valorizadas no mercado) no atacado caíram 25,6%. Em outubro o dianteiro era vendido em média por R$ 5,19 o quilo no atacado e em meados de fevereiro estava cotado a R$ 3,86 o quilo.
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, o que está havendo é a queda nos preços de carnes nobres como filé minhom e picanha, em função de sobras das exportações. Com a crise econômica o mercado internacional reduziu o consumo desses cortes e eles estão sobrando no mercado interno, daí as promoções feitas pelos supermercados. Segundo Bianchini, se não houver uma retomada das exportações a tendência é de sobrar ainda mais volumes desses cortes, o que poderá beneficiar o consumidor.
Mas a redução não se manifestou nos cortes de carnes do traseiro, cujas cotações se mantiveram estáveis. De acordo com o secretário, os cortes de traseiro são os mais consumidos no mercado interno e por isso estão sustentando as cotações da carne bovina, que apesar da queda ainda se mantêm firmes. Os cortes de traseiro são conhecidos pelo consumidor como o coxão mole, patinho, contrafilé, posta branca, posta vermelha, que são os mais consumidos pela grande massa da população. Também os cortes músculo e costela entram nessa lista porque também são bastante consumidos.
Segundo o diretor do Deral, a redução no preço do boi para abate justifica-se porque agora estamos em pleno período de safra que começou em dezembro de 2008 e deverá se estender até junho de 2009.
Além disso, existe também a entrada de gado em pé e de carne in natura oriundos das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil no mercado paranaense, o que é considerado normal para essa época e que também influencia na redução dos preços tanto na arroba do boi recebido pelo produtor como na indústria. “Porém ainda não chegou ao consumidor”, destacou Simioni.

AEN

Cristina Esteche

Jornalista

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