A decisão da Prefeitura de Guarapuava de rejeitar um investimento de R$ 40 milhões do programa federal ‘PAC Seleções’ soa negativamente entre os usuários do transporte coletivo urbano. O recurso, garantido pelo governo Lula por meio do eixo ‘Cidades Sustentáveis e Resilientes’, previa a aquisição de 40 ônibus elétricos. De acordo com a PAC, estes seriam incorporados à frota da concessionária responsável pelo transporte público. Entretanto, os ônibus pertenceriam ao Município.
Para os usuários, trata-se de uma oportunidade perdida de melhorar um serviço frequentemente alvo de queixas.
Nós pagamos para ter um transporte de qualidade. E isso não está acontecendo. Agora não vamos ter ônibus novos porque o prefeito não quer.
Conforme Maria de Lourdes Soares, moradora da região da Xarquinho, ela utiliza o transporte quatro vezes por dia. “Meu esposa também depende de transporte e nossos três filhos que trabalham no Centro”. A jovem Maria Cecília de Lima, de 22 anos, que vive na Vila Bela, reforça o coro de insatisfação. “Precisamos de mais ônibus, melhoria nos horários e redução no valor da tarifa. Aqui no bairro só se fala nisso”.
A oposição reagiu e trouxe o fato à tona. Na semana passada, o deputado estadual Dr. Antenor (PT) se posicionou e criticou a iniciativa do prefeito Denilson Baitala (PL). Conforme o parlamentar, em fevereiro deste ano, houve aumento. A tarifa para quem paga em dinheiro subiu para R$ 6,50. Até janeiro, com o cartão GuaraCard e subsídio da Prefeitura, a passagem custava R$ 2,50. Agora, com as mudanças no programa, o valor passou a R$ 4.
O prefeito está recusando 40 ônibus que poderiam modernizar o transporte coletivo da cidade. Ônibus novos que diminuiriam a poluição e, mais do que isso, poderiam baratear o custo da passagem com o tempo.
Em nota oficial, a Prefeitura justificou a recusa alegando questões financeiras. Conforme a administração, a adesão ao programa exigiria que o município assumisse o financiamento da nova frota. O valor final, segundo a Prefeitura, ultrapassaria R$ 60 milhões, além de continuar arcando com o subsídio à concessionária.
A Prefeitura estaria destinando dinheiro público para duas frentes: adquirindo os veículos com um financiamento e mantendo os repasses mensais à empresa responsável pela operação e manutenção da frota.
Ainda segundo a nota, a decisão de não contratar o financiamento visa garantir “uma gestão fiscal responsável, com aplicação eficiente dos recursos municipais em áreas consideradas prioritárias pela administração”.
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