Uma possível concessão da reposição salarial por parte do Governo do Paraná ao funcionalismo público, vai impactar a folha de pagamento em cerca de R$ 1 bilhão. A informação foi dada pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), em entrevista coletiva em Londrina, nessa quinta (20).
Embora tenha dito ainda nessa quarta (19) que o diálogo com a categoria continua aberto e que o prazo final das negociações esteja agendado para o próximo dia 29, o governador observa que o Estado não tem recursos para bancar a despesa que se tornará mensal.
O governador destacou também a questão de que o Estado não pode ultrapassar o limite prudencial nas despesas com a folha de pagamentos.
“De acordo com o determinado pelo Tribunal de Contas e Secretaria do Tesouro Nacional, ultrapassar o limite significa ficar negativado, o que incorre em perda de convênios e comprometimentos de investimentos previstos no Estado. Minha função é ser guardião do orçamento. Estamos fazendo esforços, cortando mordomias, para construir um projeto que permita, daqui a alguns meses ou no ano que vem, dar reajuste aos funcionários. Minha função como governador é cuidar do equilíbrio e garantir saúde financeira ao Estado”.
A categoria “fechou o cerco” e marcou greve geral no dia 24 deste mês, caso o reajuste não seja concedido, mas ainda haverá audiências para novas negociações. Nesse impasse, chamando a responsabilidade do funcionalismo, Ratinho Júnior diz que o esforço para melhorar o Estado deve ser de todos.
“Podemos até pensar em reajuste, mas seria necessário aumentar impostos. E precisamos perguntar para a sociedade se quer aumento de imposto para dar reajuste para servidor”.
Para o governador, essa é uma discussão complexa. “Entendo o trabalho dos servidores como árduo e importante. Mas temos de reconhecer que o Paraná está pagando o salário em dia. Há muitos estados com dificuldades de pagar até mesmo os aposentados e nós já estamos trabalhando para que o décimo terceiro esteja na conta já no início de dezembro. Tem que haver clareza de que há esforço do governo para ter as contas em dia”.
Nenhum estado do Brasil, lembrou Ratinho Júnior, está dando reajuste ao funcionalismo, porque o país está em crise, com a arrecadação caindo. Ele citou Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, que estão parcelando o pagamento dos seus servidores e não conseguindo pagar aposentadorias.
“Minha obrigação como governador é não deixar o Paraná entrar nesta situação, que infelizmente acontece com estados nossos irmãos e que torcemos para que superem logo.”