22/08/2023
Guarapuava

Rir para não chorar!

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O tempo passa rápido demais, principalmente, porque estamos tão envolvidos com a luta pela sobrevivência que nos deixamos levar. Falo isso, porque há cinco anos meu irmão João Augusto, o Tuto, fez a travessia para um plano elevado.

Confesso que os últimos contatos que tive com ele me revoltam até hoje. Ele se ressentia com coisas que envolviam a sua vida profissional, e as quais, por respeito à sua memória, me reservo no direito de mantê-las “fechadas”. Mas era o tempo da Operação Fantasma, aquela do “racha” de salários, que terminou na prisão do ex-presidente da Câmara de Vereadores Ademir Strechar. O atual presidente João do Napoleão e outros vereadores também estavam envolvidos. Mas flagrante mesmo somente com Strechar.

Quando me deparo com escândalos envolvendo a Câmara de Guarapuava, e que já se tornaram corriqueiros ao ponto de caírem na banalização, quando vejo que os interesses pessoais falam mais alto do que as necessidades coletivas, quando vejo que a maioria dos vereadores transfere uma sessão para depois das eleições  a minha indignação fica ainda maior. E quando a matemática política feita pelas pontas dos dedos na máquina de calcular faz com que, justamente aqueles que deveriam ser banidos da classe política, comemorem vitória antes do tempo?

O que esses pobres de espírito esperam da vida a não ser o poder, o dinheiro e o status decorrente de ambos? E o que pensar de quem os defendem com “unhas e dentes”, muitas vezes, sem saberem por que? E sobre quem se acha no direito de manipular as pessoas como se fossem marionetes?

Que todos sabemos onde o calo aperta isso é verdade. Mas será que vale a pena nos deixar levar por pressões, por “valorização” frágil? São momentos como esse, em que sinto a falta do meu irmão, mais do que nunca, que me sinto a verdadeira “boba da corte”, mas em vez de fazer os outros rirem, quem ri sou eu e é para não chorar.

Cristina Esteche

Jornalista

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