Uma rota de cerca de 100 quilômetros entre Campo Mourão e Fênix, no Centro-Oeste do Paraná, passará a ser um trajeto de iniciação para o tradicional Caminho de Santiago de Compostela. Esse percurso há pelo menos um milênio recebe peregrinos na Espanha.
Conforme o Governo, o convênio para a implantação do chamado ‘Caminho Iniciático de Santiago’ no Paraná, foi assinado em Foz do Iguaçu. Ocorreu durante o evento Governo 5.0 — Desenvolve Paraná — Sustentabilidade a Serviço da População.
A escolha do trajeto, que vai passar também por Corumbataí do Sul e Barbosa Ferraz, não foi por acaso. Conta a história que a Região abrigou um povoado jesuíta e indígena no século XV. E no local onde a rota termina, em Fênix, ainda se encontram ruínas de construções jesuíticas.
Além disso, a Diocese de Campo Mourão, signatária do convênio com o Estado, foi pioneira na implantação de caminhos religiosos. O primeiro, a criação da Rota da Fé, que já conta com 60 itinerários naquela Região. Todos com diferentes rotas que atravessam a Espanha até chegar à cidade de Santiago de Compostela que fica na região da Galícia. É lá que estão as relíquias do apóstolo Santiago Maior.
Assim sendo, o Caminho de Santiago recebe milhares de peregrinos todos os anos. Conforme o presidente da Associação Internacional de Cooperação Turística (Asicotur) e chanceler da Ordem de Santiago de Compostela, Alejandro Carballo, entre janeiro e setembro deste ano, mais de 370 mil fiéis foram certificados por fazer o percurso. No entanto, a estimativa é que o número de turistas seja quatro vezes maior.
NOVA ESTRATÉGIA
A partir deste acordo, conforme a Agência Estadual de Notícias, Estado, municípios, e iniciativa privada, têm um prazo de quatro anos para consolidar a rota. O primeiro passo é a criação de um plano-diretor para organizar o que será feito para a implantação.
Essa rota, no entanto, não será incorporada ao caminho original. É que o novo trajeto se encontra com outra rota que tem grande potencial turístico no Paraná, o Caminho de Peabiru. A trilha histórica está sendo retomada em um projeto que tem a participação do Governo do Estado. Os indígenas que se deslocavam entre o Oceano Atlântico e a Cordilheira dos Andes, utilizavam esse caminho.
Em Fênix, outro pedaço da história se junta, com o resgate do antigo povoado jesuíta, que era chamado de Vila Rica do Espírito Santo. De acordo com o padre Gaspar Gonçalves da Silva, assessor do Turismo Religioso e Sustentável da Diocese de Campo Mourão, é um pequeno caminho. “Mas que abre um potencial enorme por ser perto de Foz do Iguaçu e de outros roteiros do turismo internacional”.
SUSTENTABILIDADE
O padre Gaspar explicou que o turismo religioso feito ali dá destaque para a sustentabilidade: “Somos o berço do turismo religioso e sustentável, que inclui o plantio de árvores e a soltura de peixes pelos peregrinos que percorrem a Rota da Fé. Temos esperança que esse novo caminho possa trazer desenvolvimento para agricultores e artesãos da Região e para toda a economia local”.
Além de demarcar a rota e preparar os templos e igrejas por onde ela passará, a prefeitura de Fênix também prevê construir uma réplica da antiga cidade jesuíta. Conforme disse o prefeito Altair Molina, as ruínas ainda não são abertas para a visitação. Mas serão quando o Caminho de Santiago for consolidado. “O convênio com a Espanha vai atrair recursos para a gente fazer esse investimento no local, com a construção de uma réplica da cidade e da igreja jesuíta”.
CONVÊNIO
Assinaram o acordo de cooperação o vice-governador Darci Piana; o bispo da Diocese de Campo Mourão, Dom Bruno Versari; o presidente da Associação Internacional de Cooperação Turística (Asicotur) e chanceler da Ordem de Santiago de Compostela, Alejandro Carballo. Além do diretor-presidente da Paraná Turismo, Irapuan Cortes; a presidente da Agência de Desenvolvimento de Turismo Regional Sustentável (Adeturs), Deviane Pereira de Paz; e o prefeito de Fênix, Altair Molina Serrano.
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