Os bataticultores de Guarapuava e região comemoram o preço da saca do produto de primeira qualidade que chega a R$ 130 a saca de 50 quilos já no lavador. A safra no município vai movimentar neste ano entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões.
Segundo o empresário rural Osmar Kloster, proprietário de um dos oito lavadores existentes no município, os produtores estão recuperando os prejuízos do ano passado, quando houve aumento da área plantada, com oferta exagerada derrubando os preços. “Tivemos uma média muito baixa com R$ 20 a saca na lavoura e no lavador com o preço oscilando entre R$ 30 e R$ 40”.
O principal mercado comprador é São Paulo para onde seguem entre 80 e 100 caminhões carregados por dia. No pico da colheita esse número de transporte sobe para 200 caminhões diários. A batata que sai de Guarapuava é a chamada “especial”, já classificada, lavada e selecionada, sem qualquer imperfeição. O descarte é vendido à beira das rodovias.
Porém, quem ainda sofre com o preço no varejo é o consumidor que está pagando em média R$ 5,81 o quilo da batata inglesa. Entretanto, a oscilação no valor é grande, com altas e baixas, pela influência do mercado onde impera a lei da oferta e da demanda. “O preço muda de acordo com a influência do tempo”, afirma o técnico Dirlei Antônio Manfio, do Departamento de Economia Rural (Deral), da regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).
Com uma área plantada de 5.750 hectares, dividido entre 80 produtores dos 12 municípios atendidos, somando a primeira safra já colhida e a segunda que está em fase de colheita, Guarapuava é a principal produtora da região. “Em 2018 o município respondeu por 53% da área plantada, seguida por Pinhão [25%] e Candói [12%]”, disse Manfio.
Nesta fase, segundo o Deral, a região de Guarapuava é a principal que está colhendo no Paraná com uma produtividade média em torno de duas mil sacas por alqueire. “O produtor aqui tem plantio entre agosto e fevereiro. As demais regiões do Estado estão em entressafra. Então isso é benéfico para Guarapuava e os batateiros estão satisfeitos”, disse Manfio. Porém, nos próximos dias outras regiões também começarão a colher, estabilizando o preço no varejo.
Além do mercado neste ano estar sendo promissor para o empresário que investe nesse setor, a produção da batata gera em torno de 60 empregos diretos apenas nos lavadores. Como a safra dura entre seis meses, nessa fase, outros 50 empregos diretos são gerados. “Na lavoura durante a colheita um mínimo de 60 empregos temporários também são gerados, além dos fixos como tratoristas, mecânicos, movimentando ainda lojas de peças, contabilidade e outros setores, já que trabalhamos o ano inteiro”, observa Osmar Kloster.