22/08/2023
Agronegócio Guarapuava Paraná

Safra de verão deve colher 24 milhões de toneladas no Paraná

Em Guarapuava e Região, 358.850 hectares serão ocupados pelos grãos. No Paraná, a expectativa de colheita é de 24,4 milhões de toneladas

Safra soja 2020. Fotos:Jaelson Lucas / AEN

Safra de verão deve colher 24 milhões de toneladas no Paraná(Foto: Jaelson Lucas/AEN)

A expectativa de produção para a safra de verão 2020/2021 em Guarapuava e Região é grande. Mesmo diante de uma estiagem, os produtores esperam colher  soja (3.900), feijão (2000), milho (10.800). Ao todo,  somam 358.850 hectares de área ocupados. Já no Paraná, aponta para um volume de 24,4 milhões de toneladas de grãos. Conforme relatório mensal do Departamento de Economia Rural (Deral) a área plantada deve ocupar 6,09 milhões de hectares.

Na cultura da soja, 288.700 hectares vão ser plantados em Guarapuava. Os produtores já plantaram quase metade, e a produtividade esperada da safra é 3.900 quilos por hectare. Já quanto ao milho, 54.850 hectares serão plantados. Cerca de 98% já foi plantado. Além disso, a expectativa é de produtividade é 10.800 quilos por hectare.

FEIJÃO

(Foto: Divulgação)

Entretanto, outro grão esperado para a safra é o feijão, que é muito produzido em Prudentópolis. Mas, outros municípios como Guarapuava e Pinhão também tem produtores do grão. No total, a produção deve ocupar 15.300 hectares de área. E os produtores já plantaram 90%. Além disso, espera-se 2.000 quilos por hectare.

Contudo, no caso do feijão a estiagem acabou prejudicando a safra. De acordo com Dirlei Antonio Manfio, do Departamento de Economia Rural, 80% da produção está em boas condições. Mas, 20% está em situação irregular pelas condições climáticas.

PARANÁ

De acordo com o relatório do Deral, divulgado nesta sexta (30), a produção de trigo apresenta um recuo em relação às expectativas iniciais. Mas ainda assim será a maior produção no Estado nos últimos três anos.  Com a concretização de um volume de 3,1 milhões de toneladas de trigo, a safra total de grãos do Paraná, no período 2019/20 está sendo finalizada, devendo atingir um volume total de 40,65 milhões de toneladas, 13% a mais que o período anterior.

Apesar de ainda irregulares, as chuvas que ocorreram no Estado nas últimas semanas contribuíram com a recuperação do plantio da safra que estava bastante atrasado. Houve recuperação no plantio de soja, milho, feijão e uma acelerada na colheita do trigo, que está em processo de finalização.

Para o diretor do Deral, Salatiel Turra, a estiagem começa a recuar a tempo. O que demonstra um alento aos produtores que estão acelerando o plantio das lavouras em todo o Estado. Conforme Turra, a cotação do dólar, elevada frente ao real, repercute na decisão de plantio dos produtores. Por outro lado, os produtores estão à mercê do comportamento do clima daqui para frente.

(Foto: Divulgação)

SOJA NO PARANÁ

De acordo com o economista do Deral, Marcelo Garrido, com a volta das chuvas, mesmo que irregulares, houve recuperação no plantio de soja que avançou para 61% da área prevista. Assim, correspondendo a um total de 3,4 milhões de hectares. Há um ano foram ocupados 3,54 milhões de hectares. “Ainda há atraso em relação à safra passada, mas a volta das chuvas propiciou os trabalhos nas últimas semanas”.

Ele ressalta que chuvas irregulares é uma das principais características do fenômeno climático La Niña. Mas a expectativa é que elas ocorram em momentos importantes do ciclo para garantir uma boa safra. As Regiões mais afetadas pelo clima foram o Oeste e Sudoeste do Estado, que plantam a soja antes.

EXPECTATIVA

Com uma área de 5,55 milhões de hectares previstas para a soja em todo o Estado, a estimativa de produção aponta para um volume de 20,5 milhões de toneladas. Assim, levemente inferior à colhida no início deste ano. Os produtores já venderam cerca de 40% da produção estimada para a safra 20/21, que corresponde a um volume de oito milhões de toneladas do grão. Isso representa o dobro do ano passado, quando nessa mesma época tinham sido vendidas em torno de 3,8 milhões de toneladas.

A pré-venda acelerada está ocorrendo em função da elevação da demanda no mercado mundial, capitaneado pela China, e da cotação do dólar alto, em torno de R$ 5,80. Há um ano, o dólar estava cotado a R$ 4,00. Nesse período a soja teve uma valorização de 87%, passando de R$ 75 a saca há um ano para R$ 141 a saca no mês de outubro.

(Foto: Divulgação)

EXPECTATIVA

A expectativa dos produtores, agora, é com a elevada possibilidade de concentração do período de plantio de milho da segunda safra no início de 2021, por causa do atraso do plantio da soja. “Isso significa que aumentam os riscos para o produtor. Sem escalonamento de plantio, qualquer ocorrência climática mais grave como chuvas em excesso, geadas ou seca pode atingir as lavouras de uma só vez e aí o estrago pode ser bem maior.”

(Foto: Divulgação)

FEIJÃO NO PARANÁ

O feijão é o grão que mais avançou no plantio com as chuvas das últimas semanas. Em setembro, havia apenas 31% da área prevista plantada. Conforme engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvado, agora, são 92% da área já semeada. O que representou um avanço de 61 pontos percentuais, igualando com a média de anos anteriores.

A expectativa agora é como o clima pode influenciar na safra. Como o feijão é uma planta de ciclo curto, em torno de 90 dias, a colheita está prevista para a segunda quinzena de dezembro, com mais intensidade entre janeiro e fevereiro.

PREÇOS

Conforme Salvador, o produtor ainda pode se beneficiar dos preços do feijão, mais altos este ano, apesar do consumo já ter recuado um pouco. “O consumidor colocou o pé no freio com os preços altos nos últimos meses e o comércio ficou mais lento”.

O preço do feijão de cor está cotado em torno de R$ 254,97, uma valorização de 72% em relação a outubro do ano passado quando o produto era vendido por R$ 148 a saca. O feijão-preto teve uma valorização de 108% no mesmo período. O aumento nos preços tem relação com o consumo maior, em função da pandemia.

(Foto: José Fernando Ogura/AEN)

CAFÉ NO PARANÁ

Diferente de culturas anuais, o café, como uma cultura perene, vem sofrendo os efeitos da estiagem desde o início. De acordo com o economista do Deral, Paulo Franzini, a falta de chuvas que ocorreu desde março deste ano está impactando no potencial de produção da safra de 2021.

Os produtores concluíram com a safra de 2020 com um volume de 943 mil sacas de 60 quilos. Cerca de 1% maior que o ano passado, que já foi 10% a 15% inferior ao potencial de produção. Além disso, também impactada pela estiagem.

TRIGO NO PARANÁ

(Foto: José Fernando Ogura/AEN)

De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho, a cultura do trigo no Estado está sendo finalizada, com 90% da área já colhida. Ao contrário das outras culturas, em fase de plantio, a seca beneficiou a colheita do trigo que está evoluindo bem.

A previsão de produção é de 3,1 milhões de toneladas. Assim, um recuo de 15% em relação à estimativa inicial, que era colher 3,6 milhões de toneladas.

ARROZ NO PARANÁ

O Paraná produz cerca de um terço de necessidades de arroz, sendo os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os maiores fornecedores. O plantio de arroz irrigado é limitado no Paraná por causa da escassez de áreas de várzeas. Ainda, com a necessidade de irrigação, que torna muito caro o produto final. Já o arroz de sequeiro, que era plantado entre os pés de café também tem a área de plantio reduzida, com a queda no plantio de café no Estado.

Segundo o economista do Deral, Methódio Groxko, cerca de 19 mil hectares são ocupados arroz irrigado. Além de 2 mil hectares com arroz de sequeiro. A produção é em torno de 150 mil toneladas. Os preços do arroz continuam elevados, embora se acomodando um pouco. De acordo com Groxko, os preços aumentaram bastante porque a produção nacional caiu por causa dos preços muito baixos nos últimos quatro a cinco anos. E este ano coincidiu com exportações do grão. Com demanda no mercado internacional e o dólar valorizado os produtores exportaram arroz.

Neste ano o preço do arroz aumentou 73% ao consumidor. Desse modo, passando de R$ 15 o pacote com 5 quilos em outubro de 2019 para R$ 26 em outubro deste ano.

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Redação

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