O sarampo, uma doença erradicada no Paraná há 20 anos, ressurgiu no Estado no ano passado. A última vez que houve registros no Parana foi 1998. Na ocasião, houve 873 casos e uma morte decorrente de complicações da doença.
Assim, o primeiro caso confirmado da doença foi no início de agosto de 2019. Uma mulher de 41 anos de Campina Grande do Sul viajou a São Paulo e voltou com a doença. Depois disso, os casos suspeitos foram aumentando exponencialmente. Semana após semana, o número de casos suspeitos crescia.
Além disso, nesta semana, o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde sobre o sarampo, contabiliza 2.902 casos. Deste total, 831 foram confirmados, 1.653 ainda estão sendo investigados. Por fim, 418 suspeitas já foram descartadas. A maior incidência da doença é em jovens de 20 a 29 anos.
ALERTA FOI DADO
Em agosto de 2018, um alerta da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, levantou a hipótese do retorno da doença. Na ocasião, os especialistas reiteraram a importância da vacina. Isso porque, a Venezuela que faz fronteira com o Norte do Brasil, enfrentava um surto de sarampo desde julho de 2017. Ainda de acordo com os especialistas, a maioria dos casos era proveniente do estado de Bolívar.
Assim, os especialistas debateram sobre a situação sociopolítica econômica enfrentada pela Venezuela naquela época. E apontaram para o intenso movimento migratório que contribuiria para a propagação do vírus a outras áreas geográficas. Por isso, os especialistas afirmam que a falta de vacinação é um dos fatores que contribuíram para a propagação do sarampo.
Eles afirmam que a eficácia e a segurança da vacina, que foram os argumentos para acabar com o sarampo no passado, continuam altas, assim como seu impacto no controle da doença. Entretanto, a continuidade da circulação do vírus em algumas Regiões do mundo exige cobertura vacinal adequada para que novos casos e surtos não ocorram.
5ª REGIONAL
A 5ª Regional de Saúde, que abrange Guarapuava e outros 19 municípios, tem casos suspeitos registrados em nove cidades. Os registros são em Boa Ventura do São Roque, Cantagalo, Foz do Jordão, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Pitanga, Prudentópolis e Rio Bonito do Iguaçu.
Assim, são 31 casos registrados até o momento. Destes, 17 já foram descartados e 15 ainda seguem em investigação. Na área de abrangência da Regional não há casos confirmados. Guarapuava é a cidade com maior número de casos, sendo 11 no total. Além disso, sete já foram descartados e outros quatro estão sendo investigados.
IRATI
Irati é uma das cidades da Região castigadas pelo surto da doença. Na pequena cidade já existe o registro de 35 situações. Além disso, cinco foram confirmadas. Assim, 15 estão em investigação e outros 15 já foram descartadas.
A Saúde do município está em alerta, e sempre que um novo caso é identificado e colocado em análise, a secretaria emite um chamamento público para que pessoas que tiveram um possível contato com o paciente infectado possam ser imunizados.
VACINA
A vacina contra o sarampo é de graça e faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. Assim, a Sesa orienta para que a população fique atenta às datas da carteira de vacinação e aos registros de doses.
Assim, a dose zero deve ser aplicada em crianças entre seis e 11 meses. A primeira dose deve ser aos 12 meses de vida com a vacina tríplice viral, que previne sarampo, caxumba e rubéola. Já a segunda dose aos 15 meses de vida com a vacina tetra viral, que previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora.
Além disso, a população com até 29 anos deve receber duas doses da vacina. E para as pessoas que estão no grupo com idade entre 30 e 49 anos basta ter o registro de uma dose. Mulheres que estão amamentando podem ser vacinadas. E aquelas que desejam engravidar, devem aguardar no mínimo 30 dias após receber a dose da vacina.
Todos os profissionais da área da saúde devem ser vacinados com as duas doses da tríplice viral em qualquer faixa etária. Não tem indicação para tomar a vacina pessoas com a imunidade baixa, mulheres grávidas e menores de seis meses de idade e pacientes que tomam medicações imunossupressoras.
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