22/08/2023
Política

Sem acordo, servidores de Pinhão entram em greve a partir de amanhã

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 Não houve acordo entre a administração municipal e o Sindicato dos Servidores Públicos de Pinhão e o funcionalismo promete entrar em greve a partir de amanhã, quinta-feira (16), por tempo indeterminado. A afirmação é do presidente do Sindicato, Adaor Caldas, que acrescenta ainda que a administração municipal está tratando com descaso os servidores municipais. “Protocolamos vários ofícios e tentamos várias vezes nos reunir com o prefeito José Vitorino Prestes, mas nem tivemos retorno e nem fomos atendidos por ele. Estão nos tratando com muito descaso”, enfatiza o presidente.
Os servidores municipais de Pinhão reivindicam uma reposição salarial de 6,5%, correspondente à inflação acumulada no período da data-base da categoria.
Conforme Adaor, a paralisação dos servidores será por tempo indeterminado e a concentração dos grevistas acontece a partir de amanhã em frente a sede do Sindicato. “Estamos entrando em contato com o maior número possível de servidores municipais explicando nossa situação. A partir de amanhã teremos noção de quantas pessoas vão cruzar os braços até que o prefeito nos atenda ou, ao menos, nos dê explicações convincentes sobre o motivo de nossa reposição ser negada. Todos os municípios da região concederam reajuste, somente em Pinhão esse direito está sendo negado”, desabafa o presidente.
 
Limite prudencial
 
Por outro lado, a administração municipal argumenta que recebeu, em abril deste ano, um alerta do Tribunal de Contas sobre o Limite Prudencial dos gastos do município com a folha de pagamento. De acordo com o secretário de Administração, José Francisco da Rocha Loures, atualmente o município está usando 51,93% da Receita Corrente Líquida do município em gastos com pessoal. “O máximo que o município pode gastar é 54%. Recebemos um alerta e enquanto não nos enquadrarmos nas exigências do Tribunal de Contas, não podemos falar em reposição salarial com os servidores”, afirma o secretário.
José Francisco destaca ainda que técnicos da Prefeitura estão trabalhando num levantamento paralelo ao do Tribunal de Contas com o objetivo de questionar o alerta emitido pelo órgão fiscalizador. “O problema de Pinhão não é financeiro. As finanças estão equilibradas. Estamos trabalhando para demonstrar ao Tribunal de Contas que o município está dentro da lei no que diz respeito a gastos com pessoal”, diz.
 
Concurso
 
O fator apontado pelo secretário como entrave nas negociações para a reposição salarial, foi a realização de um concurso público recentemente. “Nós efetivamos mais 435 servidores, o que impactou nas despesas de pessoal do município. Ainda assim, precisamos de mais cerca de 100 funcionários para atender as necessidades dos setores públicos do município”, informa.
Com relação à greve prevista para a partir de amanhã, o secretário diz que é um direito constitucional dos servidores, mas que a administração municipal não vai permitir que os setores essenciais sejam prejudicados. “A partir de amanhã teremos conhecimento sobre quais os setores que estarão parando totalmente. Se algum setor essencial for prejudicado com a paralisação, tomaremos as medidas administrativas e jurídicas necessárias para que não haja prejuízo no atendimento à população”, conclui José Francisco.

Cristina Esteche

Jornalista

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