22/08/2023
Cotidiano

Servidoras de creche são afastadas por suspeitas de agressão a crianças

A diretora e uma funcionária do Centro Municipal de Educação Infantil Menino Jesus, em Anahy, no oeste do Paraná, foram afastadas suspeitas de agressão a crianças. Segundo o Ministério Público (MP), os atos de violência vinham sendo praticados havia cerca de cinco anos. O caso, porém, começou a ser investigado a partir de meados de 2013, quando as primeiras denúncias chegaram até a promotoria. Ao menos 15 crianças podem ter sido vítimas dos maus tratos.

“Muitas pessoas disseram ter dificuldade em relatar estes fatos porque no dia seguinte as crianças voltariam a ser monitoradas e atendidas pelas mesmas pessoas as quais estavam denunciando”, comentou o promotor ao lembrar que ouviu mais de 30 testemunhas. “Outra dificuldade é a questão de a cidade ser pequena, o que deixa as pessoas mais receosas na hora de fazer uma denúncia.” O município tem menos de 3 mil habitantes.

Nos depoimentos, pais e responsáveis afirmaram que uma das funcionárias da creche xingava, ameaçava e batia nas crianças. Uma das mães relatou que o filho chegou em casa com sinais de unhada e hematomas e alertando que estava sendo ameaçado de ser enforcado.

Em outro depoimento, uma das crianças diz que a monitora gritava que iria matar e amarrá-los na cadeira. Mais uma aluna conta que era tratada a beliscões e tapas.

Uma das mães observou que a filha se negava a ir à creche porque a monitora já a havia agredido com uma colega, pegado as duas e chacoalhado ordenando que ficassem quietas. “Em um dos dias que levei minha filha para a creche ela ficava olhando para a professora e não queria entrar. Chorava muito e grudava no meu pescoço”, comentou uma das testemunhas que preferiu não se identificar.

As servidoras ficarão afastadas provisoriamente até a conclusão da ação por improbidade administrativa. Se condenadas, podem perder o cargo e ter de pagar multa de até 100 vezes o valor do salário que recebiam. A prefeitura informou que foi notificada e cumpriu a determinação da Justiça. Já a diretora afastada disse que está providenciando a defesa, mas não quis falar sobre o caso. O advogado da monitora disse que ela também deve apresentar defesa para esclarecer as acusações.

 

Fonte: G1

 

Cristina Esteche

Jornalista

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