22/08/2023
Segurança

STF nega habeas corpus de Carli Filho e mantém julgamento em janeiro

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* Da Redação, com G1

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nessa quinta feira (10) um pedido de habeas corpos da defesa do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho. A decisão manteve a data de julgamento dele para os dias 21 e 22 de janeiro de 2016.

Carli Filho é acusado de matar os jovens Gilmar Yared e Carlos Murilo de Almeida,em um acidente de carro em Curitiba, em maio de 2009.

A mãe de Gilmar Yared, Christiane Yared, informou que deve passar detalhes sobre a decisão do STF na manhã desta sexta feira (11).

Júri sorteado
Ao todo, 44 pessoas foram sorteadas pela Segunda Vara do Tribunal do Júri de Curitiba para participar do julgamento. A escolha, feita por meio eletrônico, no dia 30 de novembro, durou cerca de 10 minutos. Foram sorteados 25 jurados e 19 suplentes. Deste número, sete serão sorteadas no dia do julgamento para compor o conselho de sentença, segundo o tribunal.

O ex-deputado estadual é acusado de duplo homicídio com dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar. Caso seja condenado, a pena pode chegar a 20 anos de prisão. Nos dois dias de julgamento, serão ouvidas seis testemunhas de defesa e outras seis de acusação.

Além dos juizes do Tribunal do Júri, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar e Leonardo Bechara Stancioli, estavam presentes o promotor de Justiça do Paraná, Paulo Sérgio Markowicz de Lima, e o assistente de acusação, Elias Mattar Assad.

A mãe de um dos jovens mortos no acidente, Christiane Yared também estava presente. A defesa do ex-deputado estadual foi intimada via Diário Oficial, porém, como a presença não era obrigatória, ninguém estava presente durante a realização do sorteio, conforme o tribunal.

Recurso negado

No dia 9 de novembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso do ex-deputado estadual para que ele não fosse a júri popular. Em entrevista à TV Globo, a defesa do ex-deputado disse que Carli Filho deveria ser julgado por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A pena, neste caso, cairia dos possíveis 20 anos de prisão para quatro anos de serviço comunitário.

Em depoimento à Justiça, prestado em 2010, o ex-parlamentar admitiu que bebeu antes de dirigir. "Eu lembro de ter feito uma visita ao [meu] pai no hospital. Após, fui ao restaurante jantar com o meu tio. Tomei uma taça de vinho e, na saída, encontrei um casal de amigos e passei à mesa deles. Nós sentamos e continuamos a comer mais e também pedimos mais uma taça de vinho e, após disso, eu não tenho lembrança do que aconteceu", disse Carli Filho em depoimento.

O acidente

Em 7 de maio de 2009, o carro blindado que Carli Filho dirigia decolou em um trecho da Avenida Monsenhor Ivo Zanlorenzi, no bairro Mossunguê, atingindo o veículo das vítimas, que entrava na mesma avenida fazendo uma conversão à esquerda. Gilmar Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, morreram na hora.

Segundo as investigações, Carli Filho dirigia em alta velocidade – 163 km/h – e estava com a carteira de habilitação cassada. O ex-deputado estadual tinha 130 pontos na carteira e 30 multas, sendo 23 delas por excesso de velocidade.

O inquérito policial apontou também que Carli Filho havia ingerido quantidade de álcool quatro vezes acima da tolerada à época.

Cristina Esteche

Jornalista

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