22/08/2023


Paraná Saúde

Tecpar vai produzir medicamentos para Ministério da Saúde

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Da Redação, com Assessoria 

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vai produzir em Maringá, a partir de 2018, medicamentos biológicos e hemoderivados cuja demanda anual pelo Ministério da Saúde é de R$ 2,6 bilhões. O ministério elegeu o Tecpar, junto com outros laboratórios públicos brasileiros, para ser o fornecedor de 14 produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta feira (19) que vai investir R$ 6,4 bilhões para incentivar a produção nacional de medicamentos, insumos e tecnologias em saúde – a maior parte será destinada à produção de medicamentos.

Parte destes recursos irá para a construção de três fábricas para atender a demanda de medicamentos biológicos mais complexos e que respondem por 51% do orçamento de medicamentos do Ministério da Saúde.

As três novas fábricas serão construídas no Tecpar, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Instituto Butantan, que se tornarão fornecedores exclusivos dos medicamentos biológicos Adalimumabe, Bevacizumabe, Infliximabe, Rituximabe, Somatropina, Trastuzumabe e Etanercepte. Esses produtos são usados para o tratamento de câncer, artrite e outras doenças crônicas. O Ministério da Saúde compra, por ano, R$ 1,6 bilhão destes produtos.

O formato de parceria para a transferência de tecnologia dos medicamentos faz parte da política do Governo Federal chamada Complexo Econômico Industrial da Saúde (Ceis), que criou a Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), mecanismo utilizado pelo Ministério da Saúde para que laboratórios públicos produzam no País, em parceria com empresas privadas, medicamentos hoje importados.

HEMODERIVADOS

Já para os hemoderivados, o Tecpar, a Hemobras e o Butantan firmaram uma parceria para fornecer, as três instituições, sete produtos, entre eles plasma de vírus inativado, fatores de coagulação, imunoglobulina e albumina. Os hemoderivados são utilizados no tratamento de distúrbios de coagulação e imunodeficiências, como a Aids e a hemofilia, por exemplo. A demanda por esses produtos traz um custo anual de aproximadamente R$ 1 bilhão para o ministério.

O diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, explica que o Ministério da Saúde ainda não definiu o percentual que cada laboratório vai produzir dos medicamentos elencados na atual lista de prioridades do SUS.

“Vamos produzir uma parte da demanda do Ministério da Saúde em medicamentos biológicos e hemoderivados em Maringá, a partir de 2018, quando expiram as patentes desses produtos. Até lá, a nossa estratégia é elaborar contratos, projetos e licitações”, salienta.

A produção desses medicamentos biológicos e hemoderivados pelo Tecpar deve gerar 370 empregos diretos e qualificados no Paraná, além de envolver cerca de 20 doutores especializados em pesquisas para auxiliar o desenvolvimento dos produtos.

Felix ressalta ainda que a chegada desses investimentos ao Tecpar vai revolucionar o instituto. “Para o Paraná, esses recursos vão se transformar em investimentos, empregos e melhor distribuição de renda no Estado. Já para o Tecpar, significa a consolidação do instituto como centro de Pesquisa e Desenvolvimento e como produtor de medicamentos de alto valor agregado”, analisa o diretor-presidente. Ele acrescenta que, além disso, o investimento reforça a independência do Tecpar como empresa pública paranaense.

Ainda não foram definidas pelo Ministério da Saúde quais as empresas privadas parceiras na produção e transferência de tecnologia de cada um dos novos produtos que o Tecpar será o fornecedor.

TECPAR

O Tecpar é uma empresa pública do Governo do Estado e tem 76 anos de atividade. Os negócios do instituto são divididos em quatro grandes unidades: Soluções Tecnológicas, para dar apoio às empresas que buscam inovar; Empreendedorismo Tecnológico Inovador, com suas incubadoras tecnológicas e com os parques tecnológicos, como o Parque Tecnológico da Saúde; Educação, com qualificação para o mercado privado e ainda com desenvolvimento de capacitações para servidores municipais de prefeituras paranaenses; e Indústria Farmacêutica e Biotecnológica, com desenvolvimento e produção de kits diagnósticos veterinários, vacina antirrábica e produção de medicamentos de alto valor agregado para a saúde pública brasileira.

Além disso, o instituto atende demandas do Governo do Estado, sendo executor de projetos na área de energias renováveis e empreendedorismo tecnológico.

Cristina Esteche

Jornalista

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