22/08/2023
Guarapuava

Um dia a casa cai!

Não me canso de repetir que o ser humano não deu certo. Ou melhor, que alguns seres nasceram com distorções, com cargas pesadas de ancestralidade e se enterram, cada vez mais, nos atos praticados, no veneno que expelem pela boca suja, nos pensamentos negativos, nos conceitos e princípios corrompidos. Constituem-se numa anomalia de dar pena.

Pessoas que trazem esse perfil, ao contrário do que pensam, quando vomitam palavras movidas pelo ódio contra quem não compactua como suas ideias nocivas, estão causando um mal maior unicamente para si mesmo. São frutos de uma árvore envenenada, cujos galhos podem gerar um revanchismo caduco, uma vingança mórbida, tentar imputar ao outro aquilo que somente eles, os anômalos, são capazes de fazer, em cada minuto do seu dia. São pessoas que se afundam, cada vez mais, no lodo da corrupção, no qual o vil metal, as cifras são o que valem, que paralisam os subjugados que o servem. Basta tilintar o metal para que olhos brilhem e mentes se façam reféns de mentiras descabidas, propostas indecorosas, promessas vãs. Para eles, os anômalos, o material se sobrepõe a tudo. Costumam comprar sem pagar, superfaturar para tirar, mesmo que sejam migalhas. Alguns, os subalternos, se arrastam engordando mentiras, por trocados ou por soldos partidos ao meio. Coitados, são despidos de ética, de caráter. Na verdade, são vítimas do rei, e ignoram que vivem num castelo de areia, aplaudindo quem lhe proporciona a ilusão.

Lembro daquele conto que trata da roupa do rei, baseado no que escreveu Hans Christian Andersen, e que mostra como a vaidade deixa as pessoas tolas. Assim como o rei que caiu no conto do alfaiate e desfilou nu sob os aplausos das pessoas que o serviam, os anômalos, se alimentam de conluios construídos entre si. Se utilizam dos meios que possuem para desferir o veneno que lhe queima a língua, que corrói a alma, que alimenta o poder do mal. Como disse o Papa Francisco, “essa gente que provocou tanto mal, que fez mal e tem a consciência suja e não pode viver em paz, porque vive numa coceira contínua, numa urticária que não os deixa em paz… Essa gente praticou o mal, mas o mal tem sempre a mesma raiz…”

A essas pessoas anômalas não dedico o meu tempo, não ouço seus zumbidos, não me importam seus ataques. Sei quem sou, o que faço e o que busco. A ação e a reação são as minhas leis e é por meio delas, dos meus atos, das minhas ações, quer sejam profissionais ou como gente, que busco um entendimento maior sobre as razões da vida. É nas mínimas coisas que caminho em busca da plenitude.

Enquanto isso, o rei, caminha nu, sob os aplausos frenéticos dos seus súditos. Mas um dia a casa, ou melhor, o castelo cai.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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