Uma vovó nada tradicional

Taís Nichelle

Guarapuava- Uma senhora meiga, de feições tranquilas, tricotando em uma cadeira de balanço com seus óculos e cabelos brancos presos em um coque: essa é a imagem da avó que permeia no imaginário popular. Um estereótipo que vai ficando cada vez mais distante… Frutos da luta pela independência feminina, as avós de hoje são jovens, belas, vaidosas e modernas.

A conselheira tutelar Ana Cláudia Campos é, sem dúvidas, um exemplar dessa nova safra de vovós nada tradicionais. Aos 44 anos, Ana já é chamada de ‘vó’ pelo pequeno Matheus, de apenas dois anos. “A avó de hoje é mais parceira. Sou amiga das minhas filhas e perguntam se meu neto é meu filho”, conta ela entre risos. Uma realidade um tanto diferente da que ela viveu como neta. “Minha avó era mais velha, dedicou a vida à família e nunca trabalhou fora de casa… Antigamente a diferença de idade era muito grande. Agora é diferente, porque a gente consegue crescer e amadurecer juntos”, completa. Nas redes sociais, Ana compartilha momentos com as filhas e o neto. “Sou uma vovó bem interada (risos), estou sempre atenta às redes sociais, mas só compartilho e posto aquilo que acho que vai acrescentar”, explica.

De um lado, o desejo contemporâneo de batalhar por um sonho profissional. De outro, o histórico instinto de priorizar o bem da prole. Adiar de planos para cuidar da família e dos filhos ainda é uma característica das mulheres da atualidade. Cinthia Belo também faz parte do time que passa longe do tradicional perfil da vovó. Depois de criar os filhos, aos 44 anos, ela decidiu realizar o sonho de ser médica. Mudou-se para o Paraguay, onde cursa Medicina.

Cinthia concorda que o conceito de avó mudou muito. “Mudou porque a mulher mudou. Hoje somos independentes. Acho que a relação entre avó e neto também mudou. Hoje em dia sinto que a relação é mais próxima, mais solta e mais moderna. Porém, o amor e o respeito continuam iguais”, diz a avó do pequeno Lucas.