O decreto assinado pelo governador determinando o contingenciamento de 20% no orçamento estadual deste ano pode atingir em cheio o funcionamento das universidades do estado. A medida preventiva da nova gestão foi publicada na última segunda feira (7) no Diário Oficial e equivale a R$ 8,1 bilhões de reais em todas as áreas. Para a educação, a reserva será de R$ 1,6 bilhão. Desse montante, cerca de R$ 500 milhões serão contingenciados nas sete universidades estaduais. O contingenciamento no orçamento da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) será de R$ 45 milhões em 2019.
Para o chefe da Superintendência da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona, não se trata de um corte, mas de uma reserva. Uma medida preventiva do governador Carlos Massa Ratinho Júnior.
“É preciso revisar o orçamento, rever os investimentos assinados nos últimos dias da gestão anterior. Cada caso será discutido particularmente”, afirmou Aldo.
A medida atinge toda a máquina administrativa do Estado. De acordo com Aldo Bona, a decisão faz parte de uma proposição de lei que será apreciada pela Assembleia Legislativa em fevereiro, após a posse dos novos deputados e faz parte da reforma administrativa proposta pelo executivo. Mas segundo o chefe da superintendência, o contingenciamento não atingirá nem a folha de pagamento e nem o custeio das universidades no primeiro semestre.
No primeiro semestre a receita aguenta. Temos esse tempo para rever e desfazer o contingenciamento. Se não revertermos esse quadro, para o segundo semestre será impossível manter o funcionamento das universidades.
(Foto: Divulgação)
Sobre a medida de enxugamento da máquina administrativa do Estado, o futuro reitor da Unicentro, Osmar Ambrósio de Souza disse que o orçamento atual da universidade é de R$ 227 milhões, valor mínimo e indispensável para tocar a universidade.
A medida é administrativa para ajustar o Estado. Vamos mostrar com boa gestão e documentos que não temos ‘gordura’ para cortar no nosso orçamento.
O futuro reitor da Unicentro acredita que o contingenciamento também é uma precaução do Governo do Estado e espera bom senso.
“Cortar mais o nosso orçamento anual significará deixar de funcionar alguma coisa, como a contratação de professores, o pagamento de serviços, terceirizados, água, luz, etc. Se a contingência de recursos se confirmar, já teremos problemas a partir de agosto ou setembro”, concluiu Osmar.
OUTRAS UNIVERSIDADES
Na Universidade Estadual de Maringá (UEM) o contingenciamento será de R$ 127 milhões. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL) cerca de R$ 124 milhões. Na Unioeste em Cascavel, R$ 82 milhões. UEPG aparece com montante de R$ 67 milhões contingenciados. Unespar R$ 34 milhões e UENP reserva de R$ 18 milhões.