22/08/2023
Economia

Vendedores defendem cadeia produtiva e pedem preço mínimo para o pinhão

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Compradores e vendedores de pinhão defendem o tabelamento no valor do quilo tendo como critério a qualidade do produto. A discussão pautada pela cadeia produtiva do pinhão aconteceu no município de Turvo, no dia 21, e reuniu representantes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), IAP (Instituto Ambiental do Paraná), MDA/Território da Cidadania Paraná Centro, secretarias municipais de Agricultura, COOPAFLORA, entre outros órgãos e entidades não governamentais. Em julho, deverá acontecer um seminário em Guarapuava.

De acordo com os participantes, a venda do pinhão se traduz em renda extra para as famílias, além de ser um produto tradicional que ajuda a preservar o meio ambiente.

 

Porém, a discussão ganhou “corpo” quando o assunto foi a legislação ambiental que permite a extração da fruta apenas a partir de 15 de abril. Na região, entretanto, algumas variedades já estão maduras (desfalham) em março. “A gente cuida para tirar o pinhão maduro, porque sabe que se não for um produto bom não vai ter como vender”, afirmam vendedores. “O pinhão catado no chão bicha facilmente, enquanto o pinhão retirado da pinha dura mais tempo”, explicam.

 

A maturidade do pinhão garante a qualidade do produto e é fundamental para a valorização comercial. Por isso, a sugestão é que haja um valor tabelado. “ Temos que ter um preço tabelado para compra do pinhão dos extrativistas, pois quando tem muito pinhão o CEASA baixo o preço e muita gente que comprou a um preço alto perde”, observam.

 

O representante da CONAB Itamar Pires de Lima Junior disse que o órgão tem como foco a comercialização, e já tem um preço de referência para a venda do pinhão, determinado pelo PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). Ele assegurou que será elaborada uma política de preço mínimo que dará garantias ao produtor. “Se ele (produtor) não conseguir vender o pinhão pelo preço mínimo estabelecido a diferença é bancada pela CONAB”, garantiu Itamar.

 

Marcelo Lubas da Secretaria da Agricultura de São José dos Pinhais apresentou a experiência da região metropolitana, que tem por base o associativismo. “Os catadores se organizaram numa associação e isso faz com que eles tenham mais força para lutar por melhorias” afirma.

 

O representante do IAP, escritório regional de Irati, Marcos A. Geminski, disse lembrou que uma das grandes pressões para o corte de pinheiros vem do agronegócio. Também defendeu mudanças na legislação para a venda do produto maduro, independente se é o mês de março, abril ou julho.

 

Nilson Padilha representante do MDA/Território da Cidadania Paraná Centro afirmou que o Território é parceiro para ajudar na elaboração da cadeia do pinhão. “É possível pensar a criação de projeto para viabilizar essa dinâmica e discussão dentro das câmaras técnicas do território.”

 

 

EM TURVO
No Turvo a venda de pinhão gera renda para os agricultores familiares. A COOPAFLORA beneficia e vende cerca de 2 toneladas de pinhão segundos dados da última safra. A entidade também compra as falhas e o miolo das pinhas para confecção de produtos medicinais.

 

Outra entidade, a AGAECO informou que o pinhão já faz parte do cardápio da merenda escolar e é entregue aos programas PAA e PNAE. A estimativa é de que 5 toneladas de pinhão sejam vendidas em 2012.

 

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Turvo se colocou à disposição e apóia o trabalho e as reivindicações do produtores. A Articulação Puxirão dos Povos Faxinalenses disse que está sempre em contato com os extrativistas, incentivando os faxinalenses que preservem e façam a extração para reverter em renda para as famílias. “Enquanto muitos estão vendo os pinheiros como estorvo, nós estamos dando a oportunidade para a discussão do tema”, afirmaram.

 

Com informações da rádio Turvo Ativa.

Cristina Esteche

Jornalista

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