22/08/2023


Geral

Vigilantes iniciam greve e bancos podem não abrir hoje em Guarapuava

Desde a zero hora desta sexta-feira (1º), os vigilantes de que atuam em empresas de segurança e de transportes de valor – iniciaram uma greve por tempo indeterminado. Definida em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (31), a paralisação deve provocar impacto direto nas agências bancárias e em caixas-eletrônicos externos. A categoria pede reposição da inflação e o pagamento de um adicional de periculosidade de 30%.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Guarapuava, Eloy Myska, até as 08h00 de hoje os bancos não foram comunicados sobre a adesão ou não dos vigilantes de Guarapuava à greve. “É uma Lei Federal que proíbe os bancos de abrirem se não tiverem os seguranças nas agências. Ainda não fomos comunicados oficialmente sobre a adesão ou não dos vigilantes de Guarapuava à greve. Se aderirem, os bancos não abrem”, explicou o presidente.

Efeitos

A greve dos vigilantes atinge com maior força os bancos devido a uma exigência legal que prevê que as agências não podem abrir sem vigilantes. No caso de haver um longo período de greve, além do atendimento interno, o abastecimento de caixas eletrônicos também fica prejudicado. Isso porque apenas vigilantes são autorizados por lei a repor dinheiro nos terminais eletrônicos.

Outro lado

O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR) alega que as negociações não foram interrompidas e que não vai se pronunciar sobre o assunto para não atrapalhar o andamento das conversas com a categoria.

Impasse

Os vigilantes reivindicam o pagamento de um adicional de 30% para compensar os riscos da profissão (adicional de periculosidade). No último dia 10 de dezembro, foi publicada em Diário Oficial a sanção da Lei Federal 12.740 de 2012, que prevê que as empresas precisam pagar 30% além do salário para compensar os riscos envolvidos na profissão.

No Paraná, as empresas já fazem um pagamento de 15,5% além dos salários. Para cumprir a nova lei, elas precisam fazer um incremento no bônus, para chegar aos 30% obrigatórios. O piso salarial dos vigilantes paranaenses é de R$ 1.140. O adicional de periculosidade ficaria, com a nova lei, em torno de R$ 340. Segundo o sindicato dos vigilantes, a quitação do novo benefício deveria ter sido feito pela primeira vez neste início de janeiro, o que não ocorreu.

Desde o início das negociações, o sindicato patronal relata que a simples sanção da lei não é suficiente para garantir o pagamento do benefício, e que uma regulamentação precisaria ser feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Cristina Esteche

Jornalista

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