22/08/2023


Guarapuava Segurança

Violência doméstica cresce 15,45% na Região de Guarapuava em 2020

Dados da PM mostram que nos 24 municípios de abrangência do 16º BPM houve 1.046 casos em 2020. Em 2019 ocorreram 906

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A violência doméstica marca os boletins diários da PM na Região (Foto: Reprodução/Pixabay)

A Polícia Militar do Paraná divulgou nesta semana um boletim operacional sobre as ações da corporação em 2020. De acordo com os números divulgados, a violência doméstica, entre os 24 municípios de abrangência do 16º Batalhão de Polícia Militar em Guarapuava, teve acréscimo de 15,45%.

A violência doméstica e familiar não envolve somente a violência física e a sexual, mas também a violência psicológica, patrimonial e moral. Havendo, na narrativa da vítima, descrição de violência psicológica ou, até mesmo, moral, configurado está o crime, em tese. Conforme os dados PM, em 2019, houve o registro de 906 casos de violência doméstica, contra 1.046 em 2020. O boletim não especifica em quais municípios ocorreram as situações.

Estudos apontam que a pandemia colaborou para o aumento no número de ocorrências de violência doméstica. Na área de abrangência do 16ºBPM, pelo menos, um registro do gênero é registrado por dia. No dia 11 de janeiro, em menos de 12 horas, sete ocorrências foram registradas.

POSSÍVEIS CAUSAS

O fato é que diversos fatores podem influenciar para este tipo de situação nesta época do ano. É o que explica o psicólogo Silvio Luiz Ortiz.

Temos o problema da pandemia, que já foi um dos fatores que colaborou para o aumento da violência, e inclusive, o número de divórcios. Nós temos ainda a situação de que muitas pessoas no fim do ano tem dificuldade, tem problemas, ficam mais sensibilizadas, e pode se somar ainda ao alto consumo de bebida alcoólica nesta época.

Além disso, sobre os homens que cometem este tipo de violência, o profissional explicou que antes, pela questão da sociedade, o homem mandava e a mulher obedecia. Geralmente, a mulher não conseguia se defender disso, não tinha renda própria nem autonomia, era um outro contexto social.

“Agora com a independência feminina, se ela não for tratada bem, se o homem não coopera, a tendência da mulher, é tomar o rumo dela. Então a relação desponta neste cenário. As mulheres estão cada vez mais predominando o mercado de trabalho, nos concursos, nas universidades e quando combina o fator de mulher independente e um homem com características violentas, infelizmente ocorrem essas tragédias”.

NO ESTADO

Em todo o Estado, o ano de 2020 terminou com 217 ocorrências, de acordo com dados do Ministério Público. Conforme as informações, estes registros são referentes às tentativas ou feminicídios consumados. Já em 2019, 209 inquéritos pelos crimes foram abertos no estado, conforme o levantamento.

As mulheres vítimas de qualquer tipo de violência podem fazer denúncia on-line.

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Cristina Esteche

Jornalista

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