Colocar na prática o aprendizado teórico recebido em sala de aula. O verbo conjugado por acadêmicos do curso de Artes juntam cores e formas para revitalizar os espaços de convivência no campus Santa Cruz da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). É assim que os alunos do curso de Arte vão deixando sua marca
Aos poucos, as paredes de concreto vão ganhando imagens de plantas, flores, e outros temas. Em mosaicos que embelezam e chamam a atenção. “Não tinha vida nesse lugar e foi isso que a gente tentou trazer. De modo conceitual, plantas, flores, vida, e isso com todo respeito de interferir no local”, diz o acadêmico de Arte, Nilton Sauer Korobinski.
O trabalho foi realizado pelos estudantes do primeiro ano dentro da disciplina de História da Arte. Dois mosaicos foram construídos: um floral no Jardim de Inverno e uma representação do jogo Tetris na parede externa do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Leyciane dos Santos participou da construção de uma das obras e destaca que, mais do que botar a mão na massa, eles também tiveram que trabalhar com a parte burocrática do projeto. “Todos os trabalhos que a gente tem são os professores que pedem autorização quando é para fazer uma mudança na faculdade. Nesse trabalho, o professor pediu para a gente elaborar o projeto e apresentar para o Diretor do Campus. Então, a gente mesmo pediu autorização para fazer o trabalho”, conta.
Construir mosaicos é uma arte milenar que consiste em formar grandes figuras a partir de pequenas peças coloridas. A palavra é de origem grega e significa obra paciente. Afinal, sua construção requer muita calma. E para exercitar a paciência, a acadêmica de Arte Beatriz Silva Machado de Souza tem uma dica. “É mais meditação. Como é um trabalho repetitivo, você esvazia sua mente e começa a trabalhar”.
E foram duas semanas de trabalho até chegar a finalização da obra. Na última etapa, os estudantes removeram o excesso de argamassa e aplicaram o rejunte. Agora, os mosaicos já estão enchendo o Campus Santa Cruz de arte e alegria. Iniciativa elogiada por quem utiliza os espaços de convivência. “A arte é como um sentimento e ainda mais aqui, que é uma Universidade pública. A gente não tem muitos recursos, mas é uma maneira da gente colocar a nossa cara na Universidade”, declara a acadêmica de Filosofia Anelise Cavalheiro.
A partir da experiência prática, Nilton já avalia as contribuições para sua formação profissional. “Contribui muito no sentido de aprender a fazer, não ficar vendo só em livros ou na internet. Eu vou falar sobre mosaicos porque eu fiz um, não apenas porque eu li sobre eles e isso, com certeza, agrega muito na disciplina e na minha formação de um modo geral”, destaca.