Camila Lozeckyi é fotógrafa e colagista freelancer. Natural de Guarapuava, hoje, ela faz graduação em Comunicação e Multimeios na Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Norte do estado. Camila conta que a arte sempre fez parte da jornada que traçou, de diferentes formas e linguagens. “Sempre fui muito curiosa e criativa, principalmente quando se tratava de artes manuais. Então, a colagem sempre esteve ali, mesmo que na época eu ainda não tivesse consciência disso”.
Camila teve um contato especial com a arte de colagem durante uma aula de Fotografia ainda no primeiro ano da faculdade. Ela já fazia alguns trabalhos como fotógrafa autônoma e passou a também produzir colagens, inicialmente como um hobby, para passar o tempo com a chegada da pandemia da covid-19. “Decidi compartilhar no Instagram pros meus amigos e familiares as artes que eu estava produzindo, dividir meus processos”.
Com o passar do tempo, começaram a procurá-la pedindo colagens sob encomenda, assim, ela passou a entender que a colagem também era um trabalho. Para ela, é impossível a arte não ir de encontro com a vida pessoal, por isso, ela se inspira e fala muito sobre amizades, sobre saudade, sobre coração partido, sobre luta política e questões sociais.
“Eu diria que a minha maior inspiração é a vivência no dia a dia, o contato com as pessoas, o afeto (e também os desafetos, por que não?). Eu penso que sempre tem inspiração em todos os lugares e cabe ao artista estar sempre atento aos detalhes”.
Além disso, para ela é essencial estar em contato com obras artísticas para ter momentos de fruição, se inspirando em outras formas de arte, como a literatura, o cinema, a música, a dança, a pintura e a ilustração. Alguns artistas que a inspiram dentro da colagem são: Mauricio Planel, Annegret Soltau, Heloísa Marques, Julie Liger-Belair. “Nutrir-se de boas referências é essencial”.
PROCESSOS
O processo criativo para as colagens varia de acordo com a intenção que aquela arte possui. Se é algo cotidiano, ela quase sempre possui uma ideia em mente, não importa se é um tema, uma frase ou uma palavra, mas ela senta para produzir partindo dessa premissa.
“Penso que nesse momento a colagem vai “aparecendo” pra mim e o processo é mais livre. Eu folheio revistas antigas e papéis de diferentes cores e texturas. Recorto e colo, altero até que o resultado final de alguma forma – não necessariamente de forma literal – represente a minha ideia inicial”.
Quando ela produz uma colagem sob encomenda, o processo é entender o que o cliente precisa por meio de uma conversa, quais ideias ele tem, elementos e cores. Partindo desse princípio, ela faz uma pesquisa de referências, estuda sobre o assunto e busca inspirações dentro da temática, para depois dessas etapas iniciar o trabalho. “Eu tento direcionar a colagem para que ela represente, principalmente, a premissa do trabalho, com um pouco mais de controle no processo”.
Camila prefere trabalhar com colagens analógicas, porque gosta mais do processo de se debruçar sobre a mesa. Assim, sentir a textura dos papéis, usar a tesoura, a cola e outros materiais. Também porque acredita no poder e na beleza de dar novo sentido ao que já foi descartado. Dentro do universo da fotografia, ela gosta muito da fotografia conceitual, de retratos e de moda.
Hoje, Camila se entende e se enxerga como artista colagista e fotógrafa. Foi um processo até aqui, de construção e desconstrução, tudo que ela já produziu e produz tem muita relação com o visual, com as formas de entender e dar sentido. Por fim, em busca de dar um novo destino para as coisas, inclusive para ela mesma, essa é Camila Lozeckyi, uma mulher que ama café, aprender novas línguas, inventar gírias e que no tempo livre, respira arte.
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