Em Pinhão, a gaita dá o tom da música. Nota viva na cultura da cidade, esse instrumento musical que teve origem na China, lá por volta do ano 3000 a.C, é o convidado indispensável das festanças e fandangos da Região. E como já disse o sanfoneiro e instrumentista Hermeto Pascoal, se a sanfona é como cachaça para os nordestinos, para os gaúchos é como o chimarrão.
E em Pinhão não é diferente. Basta saber que há mais de 300 gaiteiros catalogados no município. E olha, que já teve 500. De acordo com André Ferreira, que preside a Associação dos Gaiteiros de Pinhão (Asgapi), são crianças, jovens, adultos e idosos, profissionais e amadores, que cultuam uma tradição secular, repassada de pai para filho. “Aqui a criança já nasce com uma gaita nas mãos. É uma questão familiar. Existe uma família que possui 25 gaiteiros”.
E quando os acordes da gaita enchem o espaço, não importa se é um salão ou um galpão, ninguém resiste. É assim que o som se espalha provocando a alegria entre os fandangueiros. Afinal, na tradição gaúcha, muito cultuada pelo pinhãoense, a ordem é churrasco e chimarrão. Mas o que seria dessa dupla sem a som de uma gaita chorona?
Conforme disse André ao Portal RSN, para preservar a tradição dos bailes antigos nas fazendas e a cultura familiar, há o Encontro Anual dos Gaiteiros, que já está na 7ª edição. “Pode tocar uma orquestra, um dupla ou apenas um, que todos são aplaudidos igualmente”. Portanto, não é à toa que Pinhão é hoje a ‘Capital Estadual da Gaita’, um reconhecimento proposto pelo deputado Fabio de Oliveira. Além disso, a Aspagi é um ‘ponto de cultura’, reconhecido pelo Ministério da Cultura.
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