Dona Marilene Pereira, 59 anos, acorda às 6 horas da manhã todos dias. A tarefa é sempre a mesma: ordenhar as cinco vacas que possui na chácara onde mora, no Alto da Rua XV de Novembro. “É na saída para Ponta Grossa”. A família cultiva a agricultura de subsistência,atividade que é desenvolvida desde a infância, na casa dos seus pais. “Casei e eu meu marido continuamos trabalhando e morando no nosso sítio. Foi ali que criamos nossos três filhos”.
Porém, para aumentar a renda doméstica no final de cada mês, dona Marilene decidiu facilitar a vida das famílias que moram no Residencial 2000, que fica perto do local onde mora. Criando cinco vacas leiteiras o leite ordenhado nas primeiras horas da manhã é engarrafado e entregue a domicílio. Uma cena que era muito comum no interior e que em plena era da tecnologia ainda resiste. A cavalo, dona Marilene transporta os litros de leite numa bolsa de pano colocada sobre o animal. “Eu tenho a minha freguesia certa”, diz enquanto coloca o litro atrás de um pedaço de madeira numa das casas. A dona da residência trabalha fora e quando chega encontra a encomenda. “Eu gosto muito de fazer o que faço e além disso a gente precisa ganhar um pouquinho mais”. A renda, porém, a produtora rural preferiu não contar. “Dá pra cumprir as despesas de alimentação dos animais, mas é preciso trabalhar muito”.