22/08/2023


Estudantes da Unicentro são premiados em concurso de documentários

No documentário, o grupo mostra como é o cotidiano dos descendentes de poloneses que vivem em Prudentópolis

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Documentário premiado, na foto Antônio Bukiewick (Foto: Reprodução/Unicentro)

Como forma de rememorar a imigração polonesa no Paraná, principalmente em Prudentópolis, Fábio Preisner Saraiva, acadêmico do segundo ano do Bacharelado em Geografia da Unicentro, se inscreveu em um concurso de documentários e registrou em um filme as memórias dos poloneses. Neste ano, é comemorado o 150º aniversário da vinda das primeiras famílias polacas para o Brasil.

O jovem conta que logo que soube do concurso, entrou em contato com os colegas do grupo de estudos, que toparam participar. “Depois disso, a gente já foi a campo e fomos tentando encontrar as pessoas que eram descendentes de poloneses – o que não foi tão fácil assim. Em Prudentópolis, a gente sabe que a maioria das pessoas são descendentes de ucranianos. Então, é muito difícil a gente encontrar poloneses ainda, mas a gente conseguiu e, graças a Deus, a gente participou desse concurso e ficou em terceiro lugar”.

O concurso de cinema organizado pelas províncias da Sociedade de Cristo no Brasil contou com uma comissão avaliadora. Na análise, consideraram os seguintes critérios: conteúdo, criatividade, roteiro, qualidade de imagem e som, edição, comunicabilidade e distribuição de tempo.

Com a terceira colocação, Fábio e os colegas receberam a premiação de R$ 500 e um livro intitulado “O Caminho dos Peregrinos”, escrito por Ignacy Posadzego. A obra publicada pela província organizadora do concurso.

A gente ficou muito feliz com a premiação. Esse foi o primeiro documentário que a gente fez e isso só motiva a gente a continuar fazendo trabalhos como este. Então, queremos fazer qualquer outro trabalho que gere algum valor a sociedade.

Descendente de poloneses, morador de Prudentópolis e funcionário do centro de informações turísticas da cidade, local onde descobriu o folder que divulgava o concurso. Fábio, até então, nunca tinha trabalhado com produção audiovisual, mas a ideia de eternizar a história da Região falou mais alto.

Eu acredito que nós, enquanto estudantes ou descendentes de uma determinada etnia, temos dever de preservar ou tentar resgatar de alguma maneira um pouco das culturas dos nossos antepassados. Isso porque foram eles que sofreram, passaram por diversas dificuldades para a gente ter as condições que a gente tem hoje, para ter uma vida melhor. Hoje, a gente está colhendo o que eles plantaram lá atrás. Nada mais justo, tentar preservar um pouco da cultura, dos hábitos, das tradições ou das histórias que eles trouxeram para a gente.

Washington Ramos dos Santos Junior, professor de Fábio no primeiro ano da graduação, se descreveu um grande amigo do aluno, firmando parcerias em diversos projetos de extensão e pesquisa. Responsável pelo roteiro, Washington destaca a importância desse registro para a formação pessoal e da comunidade. “Esse resgate é importante porque, para o Fábio, é um pouco da história da família materna – essa questão da identidade, da ancestralidade. Desse modo, é muito importante para a formação de qualquer pessoa individualmente. Além disso, para a comunidade, é importante porque fica um registro da sua origem, da sua formação”.

Assim, ocorreu em dois meses de produção, entre roteirização, filmagem, edição e narração, organizados por Fábio e os amigos Washington dos Santos, Cristiano Swarecz, Cleberson Preisner, Oérique Ivan Batista Mendes.

No documentário, a gente tenta, de alguma forma, mostrar como é o cotidiano destas pessoas que são descendentes de poloneses. Ouvir as histórias que os antepassados delas contavam sobre a vida na Polônia ou mesmo, simplesmente, ouvir algumas palavras na língua polaca e se admirar. Sendo assim, saber que mesmo tantos anos após a saída dos imigrantes lá da Polônia, a língua ainda é falada aqui no nosso município. Então, foi muito gratificante a gente fazer esse documentário.

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Antunes

Jornalista

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