As tantas nuances das identidades femininas são tema da obra fotográfica de Viviane Rodrigues e Juh Moraes, exposta no Campus Irati da Unicentro. A exposição foi organizada pela Diretoria de Promoção Cultural, que tem como diretora a professora Alexandra Lourenço. Ela destaca que, através da cultura, podemos refletir sobre os papéis sociais da mulher na sociedade e pensar a diversidade dos modos de ser:
Conseguimos, pelo menos, chamar a atenção para a diversidade do que é o ser mulher e, principalmente, pensar esse ser mulher a partir de corpos que não estão dentro do padrão de normatização – aqueles sujeitos que, a partir da sua posição na sociedade, nas suas relações generificadas, são muitas vezes colocadas no esquecimento, deixadas ao lado.A exposição traz isso. Ela quebra silêncios, provoca e traz um conteúdo profundo em imagens
De acordo com as artistas Viviane e Juh, o intuito é trazer reflexões a respeito das inúmeras respostas para a pergunta “O que é ser mulher?”. “Esse corpo feminino, eu retalho ele, eu faço leituras muito macro, de aspectos que confundem. Então, eu queria confundir para naturalizar, porque se você naturaliza, aquilo passa a ser normal. Ele é um corpo, ele faz parte da gente e isso não deveria ser problema”, explica Viviane, que também é jornalista e professora, sobre a forma como utiliza os registros fotográficos para inspirar discussões sobre o que é ser mulher.
Ainda conforme explica a fotógrafa, o principal objetivo do trabalho é capturar a diversidade de representações da mulher e colaborar para desconstruir uma imagem unificada do sujeito feminino. “Olha como isso liberta! Como a teoria vem para libertar a gente, vem para a gente ter um olhar menos intolerante – não só sobre o corpo LGBT, mas sobre o corpo negro, sobre o corpo gordo, sobre o corpo magro demais, alto demais, pequeno demais, para a gente poder realmente calar as intolerâncias”.