22/08/2023


Guarapuavano se torna um dos mais conceituados chefs na Nova Zelândia

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Lucas e a esposa Pollyana (Foto: Facebbok)

Ele deixou a casa onde morava na Vila Carli em Guarapuava para desvendar novas culturas. Há nove anos, ao estilo “sem lenço, nem documento” Lucas Polly, 28 anos, decidiu morar na Nova Zelândia, na cidade de Queenstown. Nesse curto espaço de tempo, o guarapuavano já ye destaca na culinária internacional do Hilton, a maior rede de hotéis do mundo. Em novembro último, Lucas participou da F&B Masters, semelhante ao Master Chef do Hilton, competindo com mais seis grandes chef´s do Hilton e venceu a competição. Em janeiro de 2018 ele representará a Nova Zelândia e o Hilton de Queenstown, na etapa do F&B Masters da AustralAsia, competição que abrange a Oceania e o Sul da Ásia.

Mas o que encanta, ainda mais nessa história, é saber que o menino que estudou nos colégios Carolina G. Franco, Domingos Sávio e Padre Chagas, está levando o nome de Guarapuava a outras fronteiras e, principalmente, atingindo o objetivo traçado para a sua vida.

De acordo com Lucas, a cozinha sempre foi a segunda opção na sua pretensão profissional. “Eu tinha esperanças de jogar futebol, mas sempre tive a cozinha como plano B, influenciado pela minha mãe, a melhor cozinheira para mim”. Após terminar o curso de violão no Centro Juvenil Domingos Sávio, com mais ou menos 12 ou 13 anos de idade, seus amigos foram fazer curso de datilografia. “Eu, sem saber que no futuro iria virar minha profissão, fui fazer curso de artes culinárias, e acabei virando motivo de chacota. Mas tudo bem, pois a partir daí passei a ser o responsável pelos churrascos e pela comida nos encontros da família e amigos”.

Um dos pratos de Lucas (Foto: Facebook)

Sempre apaixonado por comer coisas boas e bem feitas, Lucas disse percebeu que era hora de deixar o futebol de lado e escolher outra coisa para fazer da vida. “Incentivado pela minha esposa Pollyanna, quando estava servido o Exército, ingressei na terceira turma de Gastronomia da Faculdade Guairacá. Foram dois anos ótimos de muito aprendizado e de muitos amigos. Um deles, e o mais especial, foi o Marcio Suckow, proprietário de dois restaurantes na cidade que me deu a oportunidade de começar a conhecer a cozinha da forma que ela realmente era, e não só o glamour que muitos acreditam que é”.

Após terminar o curso Lucas queria seguir em frente e analisando a cultura gastronômica local, percebeu que era hora de ir para um grande centro, em busca de especialização e de conhecimento sobre a alta gastronomia.” Fomos para Curitiba, lá me matriculei no curso de Chef de Cuisine / Restaurateur do Centro Europeu e a partir dai comecei a viver da gastronomia.” Começou a trabalhar na Cantina Famiglia Fadanelli, que faz parte da rede Madalosso, depois foi para o Forneria Copacabana, que é da mesma rede, “mas tem uma pegada mais contemporânea”; estagiou no restaurante Tailandês Lagundri e passou um tempo no C La Vie com o Chef Giuliano Secco. “Depois fui convidado pelo Chef Lenin Palhano, Chef 5 estrelas de Curitiba, que estava implantando um conceito novo de hotel, o primeiro Hotel Butique de Curitiba, e ia fazer uma cozinha autoral com ingredientes locais, que está em alta hoje em dia”.

Outra especiaria de Lucas (Foto: Facebook)

Lucas disse que tinha cumprido a sua missão, e que percebeu que era hora de ter uma experiência internacional. “Foi aí que apareceu a oportunidade, e sempre guiado pela mão de Deus, de vir para a Nova Zelândia, com um frio na barriga pela distância. Mas as portas se abriram para mim no Hilton de Queenstown. Eles me deram visto, e nem sequer fizeram uma entrevista. Fui escolhido só pelo currículo e pelo tempo de experiência”.

Em março de 2017, Lucas aterrissou no novo país. “Tive bastante dificuldade na adaptação ao novo idioma e ao novo país, pois apesar de Guarapuava ser fria, aqui é muito mais. Fui recebido com muito carinho e já fiz muitos amigos. Eu brinco que o legal da cozinha é que tem o mesmo idioma em qualquer parte do mundo, e que apesar de ser muito quente e às vezes e o clima ficar pesado, porque a gente se corta e se queima, é o que amo fazer e o que eu vivo para fazer. É o que me faz feliz, pois é como se fosse uma forma de eu dar um pouco do meu amor por meio dos meus pratos. Agora sou um dos chef´s responsáveis pelo serviço de quarto, eventos e conferências do Hilton, e tento a cada dia que passa buscar mais conhecimento e me aperfeiçoar. Continuo lutando, correndo atrás, pois sei que meu caminho é longo, não ligo que diariamente passo mais de 12 horas dentro da cozinha, sei que vou ser e já estou sendo recompensado por tanto esforço”.

Cristina Esteche

Jornalista

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