Quem passa por mulheres indígenas que ficam às margens da BR-277 não consegue imaginar como é a vida dessa parcela da população. São mulheres como todas as outras quando o assunto é a luta diária. Além de executar o trabalho como artesãs, ainda têm que dar conta de compromissos com o cuidado das famílias e lares. E é essa batalha, agravada pela invisibilidade e pelas precárias condições em que vivem que o documentário “Mulheres Indígenas da BR-277 – Um singelo olhar sobre as mulheres indígenas que vivem às margens da rodovia BR-277”. O filme vai ser exibido hoje (9), no Centro de Recepção de Visitantes (CRV), da usina de Itaipu, às 19h, em Foz do Iguaçu.
De acordo com a binacional, a direção é das jovens Taylla Sirino e Hermínia Motta, das etnias guarani e kaingang, respectivamente. O roteiro é da cineasta e atual reitora da Unespar, Salete Machado. Conforme a produção, o filme tem como proposta dar voz às mulheres indígenas que vivem às margens da rodovia BR-277. Trata-se de uma via transversal que atravessa o Paraná de ponta a ponta. O documentário contribui para uma reflexão sobre a condição de abandono e invisibilidade dos povos originários.
A reparação aos povos originários é uma das principais pautas da nova gestão de Itaipu, em consonância com as diretrizes do governo do presidente Lula.
A ideia do filme, de acordo com a produção, surgiu a partir de inúmeras viagens que a cineasta Salete Machado fez pela Região. Nessas ocasiões, ela observou o grande número de mulheres indígenas à beira da estrada. Elas ficam às margens das reservas onde elas habitam. São mulheres que sobrevivem da venda de artesanato.
Para o roteiro, a cineasta conheceu mais a fundo as duras questões de sobrevivência que afetam a população indígena, notadamente as mulheres. São elas que encontram no artesanato uma maneira de manter vivas as tradições culturais e gerar renda para as famílias.
De acordo com o documentário, as diretoras traduziram o roteiro numa série de entrevistas. Imagens expressivas captadas pela câmera de Alisson Prodlik registram a realidade das Regiões filmadas e revelam com riqueza de detalhes a beleza da arte ancestral do artesanato indígena. O filme nos aproxima da luta cotidiana destas mulheres, desde a busca pela matéria-prima até a venda destes artefatos culturais à beira da BR-277, em condições precárias e perigosas.
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