22/08/2023


Raquel Terezinha como resistência negra feminina na Unicentro

A professora doutora Raquel Rodrigues conta um pouco do início da trajetória antirracista e a carreira dentro da universidade

Raquel (Foto: Arquivo pessoal/Raquel Rodrigues)

*Reportagem com vídeo

Raquel Terezinha Rodrigues é professora doutora na Unicentro. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Santa Catarina e em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina. É mestre em Literatura, e doutora em Letras pela USP. Ela conta que já trabalhou em duas faculdades no interior de São Paulo e depois se mudou para Guarapuava para trabalhar na Unicentro, no curso de Letras. No início, Raquel chegou como professora colaboradora e, depois, fez o concurso para Literatura Portuguesa.

“A minha família é quase toda de Florianópolis. Nascemos na ilha e somos uma família protestante. Éramos da igreja presbiteriana, a influência da leitura vinha dos nossos pais. Somos uma família de leitores que desde cedo crescemos no mundo da literatura”. Ela explica que, de certa forma, a religião a protegeu de muitas coisas do mundo.

“Nós tínhamos os mesmos amigos e isso foi uma proteção que fez com que a gente não passasse por muitas coisas que outros tinham passado. Eu e minha irmã sempre estudamos muito. Fizemos escola pública e também fomos para a universidade pública”.

Quando se mudou para Guarapuava, muitas coisas a levaram a uma conscientização pela luta coletiva. Raquel Terezinha sempre esteve envolvida nas questões sociais. A luta se tornou antirracista. O início da trajetória de resistência começou no município. “Já encontrei pessoas extremamente racistas, dentro e fora da universidade. Tanto é que temos pouquíssimos professores negros dentro da universidade”.

Por meio das percepções e vivências na cidade, ela percebeu a ausência de representatividade de professores negros da instituição. “É uma dificuldade entrar e permanecer na universidade. Temos o tempo todo que provar que temos formação e que somos capazes”.

Raquel é símbolo de resistência e representatividade dentro da universidade. Ela explica que a solidariedade e ações junto com os alunos impulsionam na luta para garantir o lugar de pessoas negras e indígenas dentro da academia. Uma luta que é e precisa ser de todos para ser efetiva.

Leia outras notícias no Portal RSN.

Jornalista

Relacionadas

Este post não possui termos na taxonomia personalizada.

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

Pular para o conteúdo