O prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira (PSB) foi preso nesta quinta-feira (14) durante a deflagração da 4ª fase da Operação Pecúlio. A Justiça determinou ainda o afastamento de Reni do cargo público. A assessoria de imprensa informou que por enquanto não deve se pronunciar sobre o caso.
O chefe do Executivo é considerado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público (MPF) o principal operador do esquema para desviar dinheiro público da prefeitura. Ele já havia sido conduzido coercitivamente na primeira fase da operação, deflagrada no dia 19 de abril. Na ocasião, Reni permaneceu calado, porém dias depois prestou depoimento à Justiça Federal.
Conforme as investigações iniciadas em 2014, o grupo formado por servidores, agentes políticos e empresários fraudava licitações, entre outros, para o asfaltamento de ruas e contratos na área da saúde. Seis investigados permanecem presos no município. Estima-se que os prejuízos com os desvios passem de R$ 4 milhões.
Em nota, a PF informou que cumpriu nesta manhã a ordem de prisão domiciliar do prefeito e a ordem judicial de afastamento imediato dele do cargo de chefe do Executivo. Ainda segundo o comunicado, a determinação é do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RS). "Com o afastamento do prefeito, o Desembargador determinou que a Vice-Prefeita assumisse a condução da Prefeitura Municipal de Foz."
Da prefeitura, Reni, que tem foro privilegiado e cujo processo é conduzido pelo TRF4, foi levado pela PF para casa, onde permanecerá preso preventivamente. Ele não poderá, entre outras restrições, receber visitas em nem acessar a internet ou fazer ligações telefônicas.
Logo após a prisão do prefeito, a vice, Ivone Barofaldi (PSDB), assumiu o comando da prefeitura. A prefeita em exercício anunciou que vai se reunir com a Procuradoria do Município para "organizar a condução dos trabalhos e informar oficialmente a Câmara Municipal".
Além de Reni, a ação penal que investiga as denúncias de corrupção e fraude conta com 85 réus. Os suspeitos respondem pelos crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraude a licitações.
O suposto esquema de desvio de recursos públicos é investigado também pela Câmara Municipal de Foz do Iguaçu. Após a publicação de um relatório parcial dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Operação Pecúlio – que aponta fortes indícios da participação do chefe do Executivo local, os vereadores aprovaram a abertura de uma Comissão Processante para afastar o prefeito caso as suspeitas sejam confirmadas.