22/08/2023
Região Segurança

"Competência para julgar policial é da PM", diz tenente

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Da Redação

Guarapuava – A reconstituição da morte do jovem Saulo Filipin Prestes, anunciada pelo Polícia Civil, não terá efeito legal perante o caso, uma vez que o autor dos disparos é um policial militar.

De acordo com a tenente Manfroi, da PM, a competência desse julgamento cabe exclusivamente à Polícia Militar. Porém, segundo a policial, qualquer contribuição que possa ser dada ao inquérito militar será aceita. “Essa reconstituição poderá contribuir com as nossas investigações, assim como qualquer outro dado que possa ser feito por testemunhas que estavam no local no momento do episódio”. Segundo Manfroi, para isso basta o cidadão ou cidadã dirigir-se até o quartel do 16° BPM para informar detalhes.

A morte do jovem aconteceu por volta da 1h30 da madrugada de sábado (23), em frente à loja de autopeças da família em Turvo. Saulo estava acompanhado de dois amigos e quando os três já estavam indo embora, Saulo patinou o carro quando um policial militar deu ordem de parada e o jovem não obedeceu. Em seguida, o policial atirou em um dos pneus do veículo e depois disparou contra o vidro, atingindo Saulo na cabeça. 

A PM dá outra versão. De acordo com Manfroi, o policial retornava da escala de serviço de Palmital para o Turvo, onde residia. Quando chegou na cidade viu um veículo com os faróis apagados fazendo manobras perigosas. Mediante a ordem para que parasse o carro houve reação. “O Saulo jogou o carro tentando atropelar o policial que sacou o revólver e atirou no chão, mas o Saulo continuou acelerando. Um novo tiro foi disparado e acertou a vítima”.

Segundo a tenente Manfroi, o policial permaneceu no local, comunicou a PM, chamou a ambulância, a criminalística, o Instituto Médico Legal (IML) e, junto com uma testemunha, prestou termo de declaração.

O PM envolvido encontra-se liberado e trabalha normalmente. “Não podemos julgar uma pessoa antes da conclusão do inquérito. Abrimos as investigações na última segunda feira para esclarecer os fatos de forma imparcial, sem qualquer corporativismo”.

AMEAÇAS

Ameaças por telefone, por mensagens no WhatsApp e em redes sociais estão sendo feitas à esposa e ao filho do policial que atirou contra Saulo. Esse tipo de coação obrigou o PM a retirar a sua família de Turvo, cidade onde residia.

“Ele [policial] teme pela integridade da sua família”, completa Manfroi.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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