22/08/2023
Região Segurança

Reconstituição da morte marca uma das últimas fases do inquérito

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Da Redação

Turvo – Já encontram-se em fase final as investigações sobre a morte do jovem Saulo Filipin Prestes, 21 anos, ocorrida na madrugada de 23 de julho deste ano, no município de Turvo. Uma das últimas etapas aconteceu na tarde dessa segunda feira (22), com a reconstituição da morte.

Sob os olhares de curiosos e de familiares que vestiam camisetas pedindo justiça, policiais militares e peritos da Polícia Científica participaram da reconstituição. O policial que fez o disparo fatal ficou dentro de uma viatura. Outros dois jovens que estavam com Saulo e que foram testemunhas oculares do fato prestaram depoimentos separados.

De acordo com o tenente Leandro Warde Fonseca, que coordenou a simulação, esta foi realizada em três versões: das duas testemunhas e do policial.

De acordo com as testemunhas, o PM atirou primeiro no chão e depois na lateral do carro onde os três jovens estavam. A bala atingiu Saulo. Já o indiciado disse que o segundo tiro foi mais frontal. O laudo pericial deverá dar a conclusão final do caso, mas ainda não tem data para ser divulgado.

As versões do policial e das testemunhas são divergentes. De acordo com um pessoa que estava no local no momento dos tiros, Saulo e dois amigos estavam indo para casa. Era madrugada do dia 23 de julho de 2016. Saulo patinou o carro e o PM que passava pelo local não gostou da atitude do jovem. “O PM não falou nada, apenas chutou o carro, deu um tiro no chão e outro na janela”. O último atingiu Saulo na cabeça.

Já o policial diz que retornava do município de Palmital onde cumpriu escala de serviço. Quando chegou na cidade, perto do trevo de entrada, viu um carro fazendo manobras perigosas. Segundo ele, o veículo foi em sua direção e para conter o motorista e evitar o atropelamento, disparou dois tiros em direção aos pneus.

A Polícia Civil chegou a agendar uma reconstituição do fato, porém, um habeas corpus foi impetrado pela defesa do PM para barrar o procedimento civil. O entendimento é que o Supremo Tribunal Federal (STF) disse que a Justiça Militar tem competência para julgar crimes militares, quando esses profissionais estiverem no exercício da profissão, que é o caso. Além disso, os disparos foram efetuados com arma de propriedade da corporação.

O delegado Luiz Alberto de Castro, da Polícia Civil, responsável pelo caso, diz que não fará a reconstituição até que a Justiça se manifeste. 

Cristina Esteche

Jornalista

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