22/08/2023
Brasil Saúde

Jovens fumantes têm mais chance de desenvolver DPOC no futuro

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da Redação com assessoria

São Paulo – No dia 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, hábito responsável por causar diversas doenças e diminuir a expectativa de vida da população. Apesar dos esforços realizados pelo Ministério da Saúde, um estudo recente do órgão mostrou que 18,5% dos adolescentes entre 12 e 17 anos já tiveram contato com o cigarro, o que mostra que esse público está mais suscetível a desenvolver graves doenças, como a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). A constatação é alarmante, pois levando em consideração que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 80% daqueles que experimentam o cigarro antes dos 18 anos podem se tornar fumantes ao longo da vida, e essa parcela de jovens pode entrar para o grupo de risco da DPOC, patologia responsável por 90% das mortes em fumantes.
 
A doença bloqueia parcialmente os brônquios (ramificações do pulmão) e dificulta a passagem e absorção do oxigênio. A princípio, sintomas como tosse, pigarro e cansaço passam despercebidos durante muito tempo, porém, no longo prazo manifesta-se com falta de ar intensa e o aparecimento de infecções.
 
"Ainda na juventude, poucos são aqueles que sentem as consequências do cigarro, mas a partir dos 40 anos, os sinais da DPOC podem surgir de maneira mais agressiva, comprometendo a qualidade de vida. Inicialmente, o paciente sente falta de ar apenas durante os exercícios físicos e acha que isso é normal, por isso, não desconfia de nenhum problema grave e é muito comum que leve anos até ser diagnosticado", indica o Dr. Alex Macedo, mestre em Pneumologia pela UNIFESP.
 
De acordo com a Associação Brasileira de Portadores de DPOC (ABP-DPOC), a doença atinge mais de 7 milhões de pessoas no Brasil e 210 milhões no mundo, sendo que a principal causa é o tabagismo. O cenário é delicado, a DPOC é 14 vezes mais fatal em indivíduos usuários do tabaco conforme dados do INCA.
 
Com a progressão da enfermidade, complicações como diminuição da função pulmonar e o aparecimento constante de infecções levam a debilidade e contribuem para que o paciente chegue ao especialista em um estágio mais avançado. "O diagnóstico é feito por meio da espirometria, exame que mede o volume de ar e a rapidez que uma pessoa pode inspirar e expirar. Uma vez que o diagnóstico é confirmado, é necessário definir o curso do tratamento", explica o Dr. Macedo.
 
O primeiro passo para preservar a qualidade de vida do paciente está na mudança de hábitos. O cigarro deve ser abandonado e a adoção de tratamentos que envolvem especialistas como pneumologistas, fisioterapeutas e nutricionistas devem ser elaborados de forma individual, seguindo as limitações e características de cada um.
 
Além da mudança no estilo de vida, o uso de medicamento é indicado de acordo com o grau em que a doença se encontra. "Na fase inicial são utilizados broncodilatadores, que relaxam a musculatura ao redor do aparelho respiratório, facilitando a respiração", completa o especialista.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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