Da Redação, com AEN
Curitiba – Em uma ação rápida e conjunta das Polícias Civil e Militar, foi apreendido o adolescente que confessou ter matado um colega de 16 anos dentro do Colégio Estadual Santa Felicidade, em Curitiba. Os dois estudavam na escola, que está entre as ocupadas por alunos no Paraná. O crime aconteceu durante à tarde. A faca que teria sido usada no crime foi apreendida no local.
O suspeito alegou, em depoimento, ter havido um desentendimento enquanto ele e a vítima consumiam uma droga sintética e que durante a briga esfaqueou o colega numa tentativa de se defender.
“A Secretaria de Segurança Pública lamenta a morte deste jovem de 16 anos em um local dedicado à educação, ao exercício da cidadania e que, infelizmente, virou palco de um crime”, declarou o secretário Wagner Mesquita, que explicou detalhes do crime em entrevista coletiva. A polícia segue com as oitivas de testemunhas e de outros alunos que estavam na escola.
ALTERADOS
O secretário afirmou que o crime foi rapidamente atendido e está em vias de ser solucionado em um trabalho conjunto das Polícias Civil e Militar. “As diligências indicam que os dois menores, que participavam deste movimento de ocupação das escolas, fizeram uso de droga sintética, dividindo uma ‘balinha’, como eles chamam. Ele confessou que por causa dos efeitos da droga, teriam ficado alterados e o grupo então solicitou que eles saíssem do local, indo para o alojamento, onde se desentenderam. A vítima teria partido para cima do autor, que portava uma faca de cozinha no bolso e que então teria se defendido atacando o outro adolescente, de quem era amigo de infância”, explicou Mesquita. Os golpes teriam atingido pescoço e o peito da vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro da escola.
O adolescente contou à polícia que, após o crime, fugiu depois de pular a janela e o muro da escola. Na sequência, acabou preso em sua residência, também no bairro Santa Felicidade, por agentes do serviço reservado da Polícia Militar, e foi conduzido à delegacia do Adolescente.
TRAGÉDIA
“Uma tragédia que tentamos evitar acionando as instituições de controle e fiscalização de menores. Essa escola, inclusive, tinha o pedido de reintegração de posse feito pela Procuradoria Geral do Estado e estava em análise da Justiça. A mesma PGE havia solicitado atuação mais firme do Conselho Tutelar e do Ministério Público, prevendo a exposição desses adolescentes ao risco. O Conselho visitou essa e outras escolas e disse que estava tudo bem”, ressaltou Mesquita.
O secretário ainda informou que a Secretaria da Segurança Púbnlica abriu um canal de denúncia de crimes (número 181) envolvendo abusos de drogas, violência e ameaça nas escolas ocupadas. “Nos últimos seis dias, 60 comunicações de crimes de diversas naturezas foram feitas e estão sendo investigadas”, contou. Qualquer denúncia deve ser feita pelo 181, a ligação é anônima.
No balanço desta segunda (24), havia 792 escolas da rede estadual ocupadas, de um total de 2.100. Após o crime, os alunos que ocupavam a escola deixaram o local.