"Estou com a alma lavada", diz Milton Roseira Jr.

Da Redação

Guarapuava – O vereador Milton Roseira Junior, ex-secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Guarapuava, foi absolvido pelo juiz Sergio Moro na acusão de desvio de recursos federais. Outras seis pessoas também estão inocentadas. A suspeita era de que existia um esquema de desvio de verbas do programa federal Fome Zero. As investigações foram feitas pela Polícia Federal e começaram em 2011.

De acordo com a ação, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) repassava dinheiro do programa às cooperativas, para o pagamento de agricultores familiares que vendiam frutas e hortaliças à merenda escolar. Esses produtos também eram destinados a creches e hospitais, o que não acontecia. A ação mostrou também que fiscais e coordenadores da Conab e das cooperativas envolvidas no programa retinham o dinheiro e apresentavam notas fiscais de produtos superfaturados ou que nem tinham sido comprados.

Moro, entretanto, entendeu que "não há prova concreta nos autos de que valores tenham sido efetivamente desviados". No despacho disse que "resta provado apenas que o planejamento do programa não foi observado em diversos momentos, o que, contudo, não configura ilícito penal". Outra observação do juiz é que o patrimônio dos acusados pela Polícia Federal não sofreu nenhum aumento. Segundo Moro, o problema é muito mais administrativo, não cabendo uma condenção penal.

O Ministério Público Federal (MPF) reconhece que, embora seja o autor da denúncia, durante o processo, entendeu que houve uma série de irregularidades administrativas, mas que não o crime não foi constatado e por isso, não vai recorrer.

O vereador Milton Roseira disse que está aliviado. "Em nenhum momento me senti culpado, porque fomos acusados de uma coisa de que não fizemos. Agora estou com a alma lavada e enxaguada, embora a pena atirada no ventilador não possa mais ser juntada e alguns vereadores tiraram proveito político dessa situação".

Assessores da Secretaria de Agricultura e Meio ambiente, na época, também foram inocentados: Hamilton Mello, Donizete Camargo, Marinês Budin, Sergio Oliveira dos Santos e outros dois funcionários da Conab que Milton Roseira não soube nominar.