A direção do Hospital Santa Tereza, em Guarapuava, vem realizando articulações para evitar que novos atrasos de salários de funcionários ocorram na instituição. Em agosto deste ano, pela primeira vez desde que a crise financeira se agravou, o hospital atrasou os salários dos funcionários. Na época, a instituição alegou falta de verba. Agora, em setembro, um novo atraso ocorreu, porém, o motivo foi mais pontual. O hospital tem cerca de 400 funcionários.
“Estes atrasos com os pagamentos dos funcionários que ocorreram são reflexo ainda do problema que tivemos em abril. Na época, para solucionar a crise com os médicos, nós recebemos um adiantamento para pagar parte da dívida. Ocorre que este adiantamento demorou mais que o previsto para cair, o que gerou um descompasso no nosso controle financeiro”, explicou Paulo Roberto dos Santos, coordenador de gestão de pessoas do HST, fazendo menção ao adiantamento de R$ 800 mil pelo Governo do Estado para uma solução temporária da crise com o corpo clínico.
De acordo com Paulo, os pagamentos dos funcionários, que deveriam ter ocorrido na última quinta feira (6), ficaram previstos para esta terça feira (11). Já houve uma conversa entre a instituição e o Sindicato dos Empregados de Estabelecimentos de Serviço de Saúde de Guarapuava, explicando que este atraso foi devido a um caso que “não havia como ser previsto”.
“Desde a crise com os médicos nós estamos trabalhando para reverter este quadro, e já temos uma série de planos, mas são coisas que demoram tempo para serem executadas […] Neste mês, quando chego o valor de R$ 1,1 milhão do governo, nós recebemos o montante, só que como ele estava prefixado com um empréstimo que nós tínhamos, a instituição financeira que recebeu o valor, em vez de nos liberar, reteve o dinheiro. E foi isso que nos travou nos pagamentos deste mês”.
O valor de R$ 1,1 milhão mencionado por Paulo é referente ao adiantamento feito, na semana passada, pelo Governo do Estado, para a contratualização do HST, que normalmente só era paga no dia 20 de cada mês.
Ainda segundo Paulo, mesmo com a retenção, o departamento financeiro do HST realizou articulações com o banco para liberar um valor que cobrisse os gastos programados do mês. E teria dado tempo, se não fosse um erro no sistema da entidade financeira.
Para este novo valor que nós estávamos viabilizando para os pagamentos, a princípio, seriam necessárias quatro assinaturas de diretores da entidade financeira. Nós fizemos toda a documentação com base nessas quatro assinaturas. Quando submetemos os documentos, o sistema disse que, na verdade, seriam necessárias cinco assinaturas. Isso nos travou novamente, principalmente por conta do feriado. Precisamos refazer todo a documentação e conseguir a nova assinatura para viabilizar o valor e, por consequência, realizar os pagamentos, que ficaram previstos para esta terça feira (11).
ALINHAMENTO
Optando por uma administração mais transparente, a direção procurou o sindicato dos empregados e explicou a situação ao presidente.
“Nós, de pronto, conversamos com o Alcione, que é presidente do sindicato, e explicamos o que havia acontecido. Ele entendeu e se prontificou em explicar para os funcionários. Nós também fizemos avisos aos chefes de setor para que os funcionários fossem avisados do que está ocorrendo”.
NOVO ADIANTAMENTO
Segundo o diretor da 5ª Regional, Márcio Brunsfeld, há uma possibilidade de um novo adiantamento por parte do Governo do Estado ocorrer em outubro, mas, para isso, ainda será necessária uma avaliação do contrato da instituição no final de setembro. A solicitação de mudança de data do pagamento foi feita pela direção do Instituto Virmond, que mantém o hospital, para evitar novos atrasos de pagamentos dos funcionários.
“E esse adiantamento realmente foi fundamental. Em setembro, não teria atrasado se não tivesse ocorrido esta situação pontual com a instituição financeira que está nos dando suporte”, complementou Paulo, do HST.