Cristãos católicos iniciam período de penitência nesta ‘Quarta de Cinzas’

(Foto: Ilustração)

Passada a folia dos dias de carnaval, a ‘Quarta Feira de Cinzas” dá a partida ao período quaresmal. Para a Igreja, como toda grande festa precisa de uma grande preparação, na Páscoa que é a maior festa cristã, não é diferente. De acordo com o Pároco da Catedral, padre Jean Patrik Soares são muitos os significados desse período até a Páscoa.

São 46 dias dias, mas nos recordam o número 40 da bíblia, que tem uma grande simbologia. São 40 anos que o povo caminhou no deserto rumo à terra prometida. O número 40 tem o símbolo do tempo necessário. Também remete os 40 dias que Jesus passou no deserto. Antes de começar a vida pública, ele [Jesus] ficou no deserto e fez jejuns e orações e foi tentado. Remete também ao tempo necessário em que Jesus ficou no deserto para o início da sua missão.

A quaresma é um tempo mais intenso de práticas penitenciais para os católicos, com oração mais intensa, com jejum e esmola. Em Guarapuava, a reflexão é intensificada nas comunidades com orações das 14 estações da via sacra. “A comunidade medita sobre a paixão e morte de Jesus. Também são feitos encontros e novenas em casas de famílias. São encontros penitenciais de preparação para a Páscoa.”

(Foto: Pascom/Catedral Guarapuava)

Além da oração, a quaresma é marcada pela prática do jejum. Mas padre Jean afirma que é preciso fazer uma diferenciação.

Existe o jejum e a abstinência, e são coisas diferentes. O jejum é obrigatório pela Igreja Católica na ‘Quarta Feira de Cinzas’ e na ‘Sexta Feira Santa’. A igreja exige o jejum dos fieis maiores de 18 anos até 60 anos. Pessoas que estejam doentes e mulheres grávidas não são obrigados a fazer o jejum.

De acordo com o Pároco da Catedral, fazer jejum significa deixar de lado uma das três principais refeições do dia: café da manhã, almoço ou jantar. As demais faz-se uma refeição mais leve. Algumas pessoas são mais radicais e fazem apenas uma refeição nos dois dias santos. “Alguns, nesses dias não comem carne, aí já é abstinência, ou seja, deixam de comer algum alimento, que deve ser pela Igreja, ‘Quarta Feira de Cinzas’ e na ‘Sexta Feira Santa’, mas que pode se estender durante toda a quaresma”.

Existem ainda outros tipos de penitência, explica padre Jean, de alguma coisa que faz parte do seu dia a dia, do cotidiano, e que se deixar de comer vai ser uma penitência porque será penoso, mas que será bom pra vida de quem faz. “Deixar de tomar bebida alcoólica, deixar de fumar, ou outros tipos de vícios como, comer muito doce, comer muita gordura. Então as pessoas também fazem esse tipo de penitência”.

Pe. Jean Patrik Soares, pároco da Catedral Nossa Senhora de Belém em Guarapuava (Foto: Pascom/Catedral Guarapuava)

A igreja recomenda também a abstinência da língua, afirmou o religioso.

Deixar de falar mal dos outros, deixar de fazer fofocas, práticas que nós poderemos fazer durante os 40 dias, mas que seria bom se fizéssemos durante toda a vida. Assim, a quaresma é um bom momento para avaliarmos a nossa vida e pensarmos algo que possamos mudar.

Por fim, padre Jean lembrou da esmola ou oferta, que são doações feitas, e uma forma de caridade.

Que a nossa prática penitencial não seja só uma prática espiritual, mas também de ação social. Aquilo que você deixou de gastar durante o tempo da quaresma, fazendo jejum e abstinência, você pode fazer em forma de doações para famílias carentes, cesta básica ou também fazer a doação no ‘Domingo de Ramos’, em que a Igreja faz a coleta para a Campanha da Fraternidade.

(Foto: Arquivo/RSN)

Dessa forma segundo o religioso, a quaresma se torna concreta, como a Igreja propõe todos os anos, com a Campanha da Fraternidade. Este ano o tema da Campanha da Fraternidade será “Fraternidade e Políticas Públicas”. Em Guarapuava a missa de lançamento da campanha será nesta quarta (6) às 19h na Catedral Nossa Senhora de Belém. A ‘Celebração de Cinzas’ será presidida pelo bispo diocesano, Dom Antônio Wagner da Silva.