22/08/2023
Economia Paraná

Parecido com açaí, fruto de palmeira juçara é alternativa de renda no PR

Nativa da Mata Atlântica, a palmeira juçara foi muito explorada durante décadas para a produção de palmito em conserva e árvore está ameaçada de extinção

Palmeira-Jucara

Palmeira Juçara (Foto: Divulgação/Boticário)

Nativa da Mata Atlântica, a palmeira juçara foi muito explorada durante décadas para a produção de palmito em conserva. Entretanto, a árvore morre ao ser cortada e uma muda leva pelo menos 10 anos para chegar à fase adulta. Assim, a derrubada desenfreada da palmeira fez com que ela entrasse na lista de espécies ameaçadas de extinção. Além de desencadear desequilíbrios ecológicos, como a dificuldade de sobrevivência da jacutinga, ave que se alimenta do fruto da planta.

É justamente no fruto da juçara que produtores rurais do Paraná veem uma alternativa para obter lucro, contribuindo para a conservação da espécie. A polpa do fruto da palmeira é transformada em sobremesa com cor, sabor e composição semelhantes ao tradicional açaí amazônico, mas com ingredientes da Mata Atlântica.

De acordo com Rachel Siviero, um dos idealizadores do Içaí, desenvolvido pelo Programa Natureza Empreendedora, da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

“No final da década de 90, toneladas de sementes da palmeira juçara foram lançadas no solo. Estimava-se, na época, o nascimento de 2,5 milhões de árvores que nunca foram extraídas devido à proibição do corte pelo risco de extinção da espécie. Abrimos os olhos para essa riqueza enorme e vamos trabalhar com os frutos da árvore, gerando empregos na região e um impacto ambiental positivo”.

Conforme estudos conduzidos pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) a polpa do fruto da palmeira juçara tem teores de lipídios, proteínas. Além de vitaminas, ferro, potássio e zinco superiores ao do açaí.

“A juçara é uma espécie ameaçada de extinção e o seu corte para a extração do palmito é proibido por lei. Por isso, encontrar novas formas de gerar renda a partir da planta valoriza a espécie para que os produtores sigam cultivando-a, preservando-a e fortalecendo os ecossistemas onde ela é encontrada”, destaca o coordenador de Negócios e Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Guilherme Karam. Na retirada da polpa, sobram as sementes, que podem voltar para a mata gerando novas palmeiras.

NATUREZA EMPREENDEDORA

As propostas desenvolvidas no Natureza Empreendedora visam explorar o potencial econômico da região, capacitar a comunidade local e aumentar a quantidade de negócios com impacto positivo ao meio ambiente. Ao todo, 35 empreendedores de Antonina, Morretes, Paranaguá e Guaraqueçaba estão envolvidos no Natureza Empreendedora, que também conta com o apoio do Sebrae-PR na fase de ideação de propostas.

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Cristina Esteche

Jornalista

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