22/08/2023
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Meio Ambiente: confira a retrospectiva 2019 no Brasil

O ano de 2019 foi marcado por discussões voltadas à questão ambiental em todo o planeta. Confira as principais ocorrências no meio ambiente no Brasil

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Um dos grandes impactos no Meio Ambiente foram as queimadas na Amazônia (Jose Cruz/Agência Brasil)

O ano de 2019 foi marcado por uma série de discussões voltadas à questão ambiental em todo o planeta, demonstrando a relação direta que a proteção da biodiversidade tem com o desenvolvimento econômico e com o bem-estar da população. Assim, no Brasil, a pauta ambiental foi conduzida principalmente por desastres que atingiram tanto o continente quanto os mares.

“O Brasil é um País muito truculento quanto ao uso de seus recursos naturais. Temos 500 anos de história de um extrativismo irresponsável e que segue muito forte. Exploramos como um bem grandioso sermos o país das florestas, campeão em biodiversidade, mas não respeitamos isso na prática”, ressalta o diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges.

Confira alguns dos fatos que marcaram 2019 e outros que devem direcionar os debates em 2020:

DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA

Em comparação com o ano anterior, a área desmatada na Amazônia registrou um aumento de 29,5%, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2018, foram registrados cerca de 7,5 mil km² desmatados. A área aumentou para 9,7 mil km² em 2019.

QUEIMADAS NA AMAZÔNIA, CERRADO E PANTANAL

Além disso, segundo levantamento do Inpe, do dia 1º de janeiro ao dia 31 de agosto, cerca de 113 mil km² de áreas naturais foram queimadas na Amazônia, Cerrado e Pantanal. Assim, em comparação com o ano anterior, essa área representa um aumento de 87%, o que equivale a duas vezes o estado da Paraíba.

Por fim, pesquisadores identificaram que entre as principais causas para a ocorrência das queimadas estão o desmatamento, a preparação do solo para a agricultura e os incêndios acidentais.

BRUMADINHO

Mais que um desastre ambiental, o rompimento de uma barragem da Vale, em Brumadinho (MG), foi uma tragédia humana que ocasionou 270 mortes – 13 vítimas seguem desaparecidas.

Ao todo, 9,7 milhões de m³ de rejeitos vazaram do reservatório, atingindo uma área de 290 hectares ao longo de 9 quilômetros de distância até chegar ao Rio Paraopeba.

REDUÇÃO E EXTINÇÃO DE ÁREA PROTEGIDA

Durante o ano, foi anunciada a extinção de algumas áreas de preservação brasileiras e a redução de mais de 60 unidades de conservação com estradas federais, ferrovias, portos e aeroportos dentro de seus limites.

Além disso, a justificativa dada foi eliminar “interferências” com estruturas existentes e dar “segurança jurídica” para os empreendimentos. Isso não se concretizou, mas o assunto deve continuar em pauta em 2020. Isso porque a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados aprovou recentemente um projeto que torna obrigatória a consulta pública. Além do feitio de estudos técnicos para reduzir ou extinguir unidades de conservação. O projeto está em avaliação na Comissão de Constituição e Justiça.

RECORDE DE CONCENTRAÇÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA

A Organização Mundial Meteorológica (OMM) divulgou que os níveis de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso (os três principais gases captadores de calor) atingiram concentração recorde, acelerando ainda mais os efeitos das mudanças climáticas. Entre as consequências estão condições climáticas extremas, escassez hídrica e aumento do nível do mar.

DERRAMAMENTO DE ÓLEO NO LITORAL

Pelo menos 900 praias foram atingidas pelo derramamento de óleo que teve início em agosto. Praias do Nordeste, além do Espírito Santo e Rio de Janeiro foram atingidas pelo desastre ambiental que afetou a biodiversidade marinha. Além do turismo, a economia local, a saúde e o bem-estar da população.

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Cristina Esteche

Jornalista

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