Prudentópolis é o berço de riquezas naturais que atraem a atenção dos paranaenses e também dos moradores dos outros estados brasileiros que conhecem o município. A cidade fica localizada na Região Centro-Sul do Paraná e está sendo cotada para ser o primeiro geoparque do Estado.
Entretanto, apesar do nome, um geoparque não é um parque e sim uma área com limites bem definidos, onde paisagens de grande relevância geológica, aliadas aos outros bens naturais e culturais da Região, são integrados em estratégias de desenvolvimento territorial. Como é o caso de Prudentópolis, com as belas cachoeiras e áreas verdes.
Esta é uma iniciativa do Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, em parceria com o Instituto PR-Turismo, Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Prefeitura de Prudentópolis.
GEOPARQUE
A ideia vai alavancar o Paraná e colocá-lo novamente como rota internacional dos parques da Unesco, como afirma o diretor de Gestão Territorial do IAT, Mozarte de Quadros Júnior. “Temos a Floresta de Mata Atlântica e as Cataratas do Iguaçu que já fazem parte dessa rota. O geoparque vem para somar o potencial turístico e ecológico do Estado”. Além disso, vai auxiliar na economia e cultura local.
Desse modo, um geoparque é uma atração turística internacional que contém cunho científico. Isso porque é uma área de interesse arqueológico que conta a história de formação daquele território e das transformações ao longo dos anos.
Além disso, as estratégias que envolvem esse projeto também estão ligadas a conservação da natureza, a educação e a promoção do desenvolvimento econômico sustentável das comunidades locais.
COLOCANDO EM PRÁTICA
Desse modo, vale salientar, que um geoparque leva em conta todo o patrimônio geológico daquele espaço. Mas, também envolve bens patrimoniais como arqueologia, antropologia, história, esportes, cultura e artes. De acordo com o geólogo da Divisão de Geologia da Diretoria de Gestão Territorial do IAT, Gil Piekarz, o projeto é para a sociedade.
É para a comunidade se unir em um trabalho conjunto para celebrar o território. A Terra tem 4,6 bilhões de anos com montanhas e rochas de origem marinha que precisam ser preservadas para as futuras gerações, o avanço da geociência e uso turístico.
Hoje, existem 145 Geoparques Mundiais da Unesco e muitos outros em redes nacionais e continentais. O Brasil possui um geoparque na rede da Unesco, o Geoparque Chapada do Araripe, no Ceará. Além disso, essa Região paranaense tem o potencial discutido há algum tempo, já que tem fortes aspectos culturais e de belezas naturais diversificadas.
PRUDE, BERÇO DE BELEZAS
Prude, como é conhecida Prudentópolis, se enquadra em todas as características de um geoparque. A cidade conta com cachoeiras e cânions, árvores petrificadas de milhões de anos, a Escarpa da Serra da Esperança, fósseis de idade permiana, belíssimos afloramentos do Aquífero Guarani, cavernas e paleotocas.
Além disso, concentra expressiva cultura ucraniana, religiosidade, museus, prováveis casas indígenas da tribo Kaingangue. E ainda, um significativo patrimônio arqueológico e os faxinais, entre outros bens naturais e imateriais.
COMO SURGIRAM OS GEOPARQUES?
Em 1997, nasceu a ideia de criar geoparques. A iniciativa começou em um congresso de geologia em Beijing, na China. Em 2000 foi criada a rede europeia com quatro geoparques na França, Espanha, Alemanha e Grécia. Assim, no ano de 2004 foi instituída, na sede da Unesco, em Paris, a rede global, envolvendo 17 geoparques europeus e oito chineses.
Mas, foi em 2015, na 38ª conferência geral da organização, os 195 estados-membros da Unesco ratificaram a criação de uma nova categoria para a conservação e proteção: Geoparques Mundiais da Unesco.
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